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Ricardo Ferraço assume governo por seis dias em meio a especulações eleitorais

Vice assume gestão pela primeira vez, enquanto Casagrande participa de evento em Londres

O vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço (PSDB), será o governador do Espírito Santo pelos próximos seis dias, em decorrência da viagem de Renato Casagrande (PSB) a Londres, para participar do encontro promovido pelo grupo Lide Brazil Conference, do ex-governador paulista João Dória. Essa é a primeira vez que Ricardo assume a função na atual gestão.

A transferência do cargo ocorreu nesta terça-feira (18), no Palácio Anchieta, no momento em que crescem as articulações para as eleições de 2024, estendida às eleições gerais de 2026, e à movimentação em torno do avanço da grilagem de terras do Estado pela Suzano (ex-Aracruz Celulose e ex-Fibria), em Aracruz, que se liga ao meio ambiente e ao combate à fome. Esses dois pontos se colocam no mercado político, considerando que, no evento, que reunirá autoridades governamentais, empresários e investidores, o governador abordará nesta quinta-feira (20) o tema “Meio ambiente: o novo posicionamento do Brasil”.

Na edição de Londres, o Lide Brazil Conference discute as oportunidades do Brasil no Reino Unido e na União Europeia. Haverá debates sobre temas como meio ambiente, desenvolvimento econômico e social do Brasil, além das perspectivas de ambiente de negócio e confiança de investidores.

Ricardo Ferraço é ligado ao meio empresarial e, quando senador da República, foi o relator da Reforma Trabalhista, em 2017, apontado como um dos fatores de sua derrota à reeleição em 2018. No atual governo, ele coordena o grupo de trabalho junto com a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), mineradora Vale e o movimento empresarial Espírito Santo em Ação, para a implantação da Ferrovia EF-118, ligando Cariacica a Presidente Kennedy, além dos trabalhos para que o Governo do Estado assuma a concessão da rodovia federal BR-101.

“O governador Casagrande parte em missão especial para representar o nosso Espírito Santo num debate internacional. Nesse período, temos a responsabilidade de manter o bom equilíbrio, mantendo as ações do governo, as diretrizes do planejamento estratégico e a relação da carteira de investimentos. São orientações claras e temos esse compromisso com nosso governador e com a sociedade capixaba”, declarou o governador em exercício.

Ao anunciar o nome de Ricardo Ferraço para compor a equipe de governo, em janeiro deste ano, Casagrande afirmou que ele seria mais do que um vice-governador. Iria coordenar a gestão e ter um status de supersecretário, à frente da pasta de Desenvolvimento.

“Esse será um governo de continuidade, inovação, aperfeiçoamento’, disse o governador, ressaltando: “A secretaria precisa de alguém com estatura para dar crescimento e Ricardo tem trânsito no Brasil todo por seu currículo, sua história, e será o secretário que fará essa grande articulação estadual, nacional e fora do Brasil”.

A partir dessa declaração, o nome de Ricardo Ferraço passou a integrar, novamente, a lista dos possíveis nomes ungidos pelo governador para sucedê-lo em 2026. Ele pode sedimentar uma candidatura ao Senado, deixando o comando do governo com o vice-governador, que mais à frente tentaria a reeleição.

Depois da derrota nas eleições de 2018, obtendo apenas 480 mil votos, Ricardo Ferraço voltou-se para a iniciativa privada, retornando em 2022 com robusto apoio do empresariado, em especial dos grupos da Federação das Indústrias e da organização Espírito Santo em Ação, apoiadores, também, do ex-governador Paulo Hartung (sem partido), que desistiu de concorrer à reeleição, deixando seus aliados à mingua.

Ricardo Ferraço ocupou esses espaços, ameaçados nas últimas semanas por um provável retorno de Hartung à política estadual, conforme especulações no mercado político, que se casam com os movimentos articulados pelo ex-governador na tentativa de resgatar alianças, muitas delas abandonadas em 2018.

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