Cotado para disputar o Senado, o apresentador de TV e deputado estadual Amaro Neto (SD) pode formar uma dobradinha para a disputa com o senador Ricardo Ferraço (PSDB), que se movimenta para garantir a reeleição em 2018, tendo o governador Paulo Hartung como cabeça de chapa numa candidatura à reeleição.
Com densidade eleitoral já testada nas últimas eleições para a Prefeitura de Vitória em 2016, quando perdeu para o prefeito Luciano Rezende (PPS) por reduzida margem de votos, o deputado conta ainda com o apoio já declarado de 19 deputados estaduais. Ao contrário do senador, que enfrenta algumas rejeições.
O mercado político analisa a nova dobradinha como mais uma tentativa de Ricardo Ferraço fortalecer sua campanha para a reeleição. Apesar de ser um parlamentar atuante, ele encontra dificuldades de reeleição e resistências fora das classes A e B. Por conta desse fato, necessita capitalizar votos no eleitorado das classes B e C, justamente onde está concentrada a maior fatia do eleitorado de Amaro Neto.
Por seu lado, o deputado precisa ampliar seu potencial eleitoral, cuja maioria se situa na região da Grande Vitória, principalmente em decorrência de sua atuação como apresentador de TV de programa popular, que alcança as camadas mais pobres da população.
Em baixa quando se trata de ampliar o potencial eleitoral, Ricardo Ferraço tentou formar uma dobradinha com o senador Magno Malta (PR) em 2017, que não durou muito. Depois de cumprirem juntos agendas políticas no Estado e em Brasília, o afastamento se consolidou após as denúncias de executivos da Odebrecht que citaram o senador por ter recebido recursos de caixa dois para a campanha de 2010.
Além da investigação, Ricardo Ferraço enfrentou vários desgastes em 2017, como a defesa de bandeiras polêmicas e rejeitadas pela população, com a relatoria em favor da reforma Trabalhista. Depois, em uma medida controversa, se licenciou das funções, sendo substituído pelo suplente, o empresário Sérgio Castro (PDT).
Embora tenha comunicado oficialmente ao Senado que a licença seria usada para solucionar problemas de saúde e assuntos particulares, o tucano havia alegado, informalmente, que estava se afastando por estar indignado com a postura do Senado, que manteve o seu colega de partido, o senador Aécio Neves, no cargo. No mercado político, porém, a iniciativa foi considerada de motivação eleitoral, já que o senador precisa recuperar território político para a disputa deste ano. Ele reassume o mandato em março.