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Ricardo Ferraço larga na corrida rumo à sucessão do governo estadual

Vice-governador assumiu publicamente interesse em se candidatar em 2026

Governo ES

“Estou pronto para ser candidato a governador”. Essa foi a frase dita, com variações, pelo vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço (MDB), aos jornais capixabas que o procuraram nos últimos dias para saber de suas intenções para as eleições gerais de 2026. Com isso, Ricardo teve a iniciativa de tornar público um assunto que já era amplamente discutido nos bastidores da política do Estado.

No fim do ano passado, o governador Renato Casagrande citou em entrevistas outros nomes, além do próprio vice-governador, que poderiam se candidatar ao governo estadual com o seu apoio: os prefeitos de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), e Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), e o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT). Os dois primeiros foram reeleitos em 2024 com ampla vantagem sobre os adversários, e Vidigal elegeu seu sucessor, Weverson Meireles. Todos eles foram contemplados com altos investimentos da gestão estadual.

Neste início de 2025, mais dois nomes começaram a ser especulados. O deputado federal Da Vitória teve o partido que preside, o Progressistas (PP), contemplado com indicação para a pasta de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano – ainda que em detrimento de uma estrela decaída da própria sigla, Marcus Vicente, que deixou a secretária para que Marcos Aurélio Soares, indicado por Da Vitória, assumisse. Outro nome é Gilson Daniel, também deputado federal, líder do Podemos capixaba e aliado de primeira hora do governador.

Porém, a declaração sem rodeios de Ricardo Ferraço sinaliza que ele tem a preferência do governador Renato Casagrande. Euclério Sampaio, que foi visitado por Ferraço e Casagrande no hospital esta semana – ele se recupera de um transplante –, também declarou recentemente que o vice-governador é o preferido.

Ricardo Ferraço também tem ampliado sua presença em eventos oficiais e nas mídias sociais. Esteve, por exemplo, no início da semana em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, na assinatura da ordem de serviço para ampliação do aeroporto municipal. O pai de Ricardo, Theodorico Ferraço (PP), está de volta à Prefeitura de Cachoeiro para o seu quinto mandato.

Não é novidade que Ferraço nutre o desejo de ser governador há muitos anos. Em 2010, foi preterido, no episódio conhecido como “abril sangrento”, para dar lugar justamente a Casagrande, na época, ambos alinhados a Paulo Hartung (sem partido). O ex-governador deu rasteira nos dois, e um novo caminho foi traçado, até se tornarem aliados.

Tanto em 2010 quanto agora, o que mais levanta dúvidas sobre a candidatura de Ricardo Ferraço diz respeito à sua capacidade eleitoral. Após alcançar 1,5 milhão de votos naquele ano para o Senado Federal, sua votação baixou para 480,1 mil em 2018, não sendo o suficiente para se reeleger.

Paralelamente, os outros nomes especulados para candidatura ao Governo do Estado têm melhor retrospecto recente nas urnas, sobretudo os prefeitos reeleitos da Grande Vitória, que não deram chances aos adversários e liquidaram a fatura logo no primeiro turno. Nesse combo também se inclui o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), de oposição à Casagrande e possivelmente adversário da candidatura de situação ao governo estadual em 2026.

Será preciso avaliar, também, se será possível continuar mantendo um espectro amplo de alianças partidárias, da esquerda à direita, ou se esse grupo se dividirá. Ainda falta um bom tempo para a campanha eleitoral. Mas talvez para tentar se garantir no páreo, Ricardo entrou em campo antecipadamente.

Se Casagrande de fato sair do governo em 2026 para disputar uma vaga no Senado, Ferraço também teria um tempo, ainda que curto, para se vincular de vez à gestão e garantir o retrospecto positivo.

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