domingo, novembro 24, 2024
22.1 C
Vitória
domingo, novembro 24, 2024
domingo, novembro 24, 2024

Leia Também:

Saída de Contarato da disputa ao governo do Estado desagrada militância do PT

Caso se confirme recuo no palanque, base do partido sinaliza resistência em entrar na campanha de Casagrande

Jefferson Rudy/Ag. Senado

Os comitês de luta e o núcleo Lula Livre do PT no Espírito Santo estudam uma campanha eleitoral focada apenas no ex-presidente Lula, se for consolidado o cancelamento da pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Estado, tema de reunião sigilosa do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do partido com o governador Renato Casagrande (PSB), que desagradou a militância. Nestas quarta ou quinta-feira (8 e 9), os grupos se reunirão para confirmar esse posicionamento, que tomou conta das redes sociais a partir do vazamento das informações.


Do encontro com o governador, participaram os integrantes do Grupo de Trabalho Eleitoral, formado pela presidente do partido, Jackeline Rocha, deputado federal Helder Salomão, deputada estadual Iriny Lopes, o ex-prefeito João Coser, o ex-deputado Nunes, o secretário de Finanças e Administração do Sindicomerciários, Jakson Andrade Silva, e o professor Alexandre Oxley. Os dirigentes petistas mantêm silêncio, como o deputado federal Helder Salomão, que não retornou ao contato de Século Diário, como prometido pela assessoria.

Casagrande mostrou-se aberto a mudar sua posição e vir a participar da campanha do ex-presidente Lula para ter o apoio do PT, segundo os meios políticos, como parte das negociações em nível nacional com o seu partido, o PSB, prioritariamente direcionadas para a eleição do ex-presidente Lula e de Fernando Haddad ao governo paulista.

As articulações caminham nesse sentido e deverão ser formalizadas até o próximo dia 15, com a retirada da pré-candidatura de Márcio França, em São Paulo, favorecendo a campanha de Haddad, sacrificando Fabiano Contarato no Espírito Santo. Casagrande já havia manifestado a necessidade de ter o apoio do PT para garantir a reeleição, mas deixa em aberto a indicação do nome para disputar o Senado ou a vice em sua chapa.

O receio da militância no Estado, além do fato de o PT ignorar toda a movimentação em torno de Contarato, cuja pré-candidatura já está nas ruas, é mexer na chapa prevista de candidatos a deputados e ao Senado. “Fica cada vez mais longe as chances de elegermos deputados”, como afirma um militante, tocando em um dos pontos centrais da relação PSB-PT no Estado, que é a indicação de nomes. Pesa ainda, nesse contexto, se Casagrande fará palanque para Lula ou acolherá outras correntes políticas, dificultando os candidatos petistas.

Para o Senado, o PT tem dois nomes, os professores Reinaldo Centoducatte e Célia Tavares. Já o governador prefere manter silêncio, mas nos bastidores, o nome do coronel Alexandre Ramalho (Podemos), ex-secretário de Segurança Pública, aparece como uma de suas opções, como forma de agradar parte da base militar e quebrar a grande aceitação no setor do nome do ex-senador Magno Malta (PL), que tenta retornar ao cargo.

Abaixo-assinado

Um texto do militante petista Xico Celso, que  começou a circular em grupos de ativistas, vem recebendo muitas adesões. Ele afirma que “Renato Casagrande humilha o PT, dá ultimato à candidatura de Contarato, e não oferece nada em troca (…) Seu palanque será plural, inclusive com bolsonaristas locais, e não para o Lula”. 

Em outro trecho, enfatiza: “Não cogita nem uma vice e nem senador do PT numa eventual aliança. Suas declarações podem ser resumidas assim: se quiserem me apoiar, que venha logo, porque depois serão obrigados. Sugere a retirada da pré-candidatura do Fabiano Contarato antes que a ordem venha de cima, ou seja: antes que eu mande que sua direção nacional faça isso”. 

E prossegue: “Casa-grande foi o responsável pelo PSB não ter entrado na Federação Brasil da Esperança, flertou com o renegado Sergio Moro, e troca afagos com o detrator do PT e do Lula, o magnânimo Ciro Gomes” (…) O PT-ES foi ferido em sua dignidade, em seu amor próprio, em seu espírito de corpo, e está sendo reduzido no cenário local a um partido nanico, subserviente, e a uma desvalorizada moeda de troca”. 

Mais Lidas