Caso se confirme recuo no palanque, base do partido sinaliza resistência em entrar na campanha de Casagrande
Casagrande mostrou-se aberto a mudar sua posição e vir a participar da campanha do ex-presidente Lula para ter o apoio do PT, segundo os meios políticos, como parte das negociações em nível nacional com o seu partido, o PSB, prioritariamente direcionadas para a eleição do ex-presidente Lula e de Fernando Haddad ao governo paulista.
As articulações caminham nesse sentido e deverão ser formalizadas até o próximo dia 15, com a retirada da pré-candidatura de Márcio França, em São Paulo, favorecendo a campanha de Haddad, sacrificando Fabiano Contarato no Espírito Santo. Casagrande já havia manifestado a necessidade de ter o apoio do PT para garantir a reeleição, mas deixa em aberto a indicação do nome para disputar o Senado ou a vice em sua chapa.
O receio da militância no Estado, além do fato de o PT ignorar toda a movimentação em torno de Contarato, cuja pré-candidatura já está nas ruas, é mexer na chapa prevista de candidatos a deputados e ao Senado. “Fica cada vez mais longe as chances de elegermos deputados”, como afirma um militante, tocando em um dos pontos centrais da relação PSB-PT no Estado, que é a indicação de nomes. Pesa ainda, nesse contexto, se Casagrande fará palanque para Lula ou acolherá outras correntes políticas, dificultando os candidatos petistas.
Para o Senado, o PT tem dois nomes, os professores Reinaldo Centoducatte e Célia Tavares. Já o governador prefere manter silêncio, mas nos bastidores, o nome do coronel Alexandre Ramalho (Podemos), ex-secretário de Segurança Pública, aparece como uma de suas opções, como forma de agradar parte da base militar e quebrar a grande aceitação no setor do nome do ex-senador Magno Malta (PL), que tenta retornar ao cargo.
Abaixo-assinado
Um texto do militante petista Xico Celso, que começou a circular em grupos de ativistas, vem recebendo muitas adesões. Ele afirma que “Renato Casagrande humilha o PT, dá ultimato à candidatura de Contarato, e não oferece nada em troca (…) Seu palanque será plural, inclusive com bolsonaristas locais, e não para o Lula”.
Em outro trecho, enfatiza: “Não cogita nem uma vice e nem senador do PT numa eventual aliança. Suas declarações podem ser resumidas assim: se quiserem me apoiar, que venha logo, porque depois serão obrigados. Sugere a retirada da pré-candidatura do Fabiano Contarato antes que a ordem venha de cima, ou seja: antes que eu mande que sua direção nacional faça isso”.
E prossegue: “Casa-grande foi o responsável pelo PSB não ter entrado na Federação Brasil da Esperança, flertou com o renegado Sergio Moro, e troca afagos com o detrator do PT e do Lula, o magnânimo Ciro Gomes” (…) O PT-ES foi ferido em sua dignidade, em seu amor próprio, em seu espírito de corpo, e está sendo reduzido no cenário local a um partido nanico, subserviente, e a uma desvalorizada moeda de troca”.