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​Seguidores de Bolsonaro agridem candidatos do Psol em Jardim Camburi

Gilbertinho Campos e André Moreira, candidatos a prefeito e vereador, foram agredidos na saída da feira livre do bairro

Redes sociais/Leonardo Sá

Um grupo de candidatos do Psol às eleições de 15 de novembro, acompanhado por membros do partido, foi agredido na manhã desta sexta-feira (2), na saída da feira livre de Jardim Camburi, em Vitória, por seguidores do presidente Jair Bolsonaro. Gilbertinho Campos, candidato a prefeito, e André Moreira, a vereador, foram alvo de xingamentos, ameaças de agressão física e racismo. 

“Lamento que tenhamos assinado um pacto pela ética na campanha eleitoral, que, infelizmente, não vem sendo cumprido”, disse Gilbertinho Campos. Em vídeo divulgado no início desta tarde, o candidato pediu que as pessoas que filmaram a cena enviem à sede do Psol, a fim de que o partido formalize denúncias aos agressores.

Apesar de não haver ainda provas para apontar os responsáveis, como destacaram integrantes do Psol, existe a suspeita de que teria partido de cabos eleitorais do Capitão Assumção, candidato a prefeito pelo Patriota, ferrenho defensor do presidente Jair Bolsonaro.

André Moreira afirmou que o grupo, formado por cerca de quatro e cinco pessoas, partiu para cima de Gilbertinho, aos gritos de “Diga agora que Bolsonaro é corrupto?”, sendo necessário que ele interviesse para evitar uma agressão física. “Coloquei-me entre os agressores e Gilbertinho”, narra André.

A comitiva do Psol estava na segunda saída da feira livre, nas proximidades da agência do Banestes de Jardim Camburi, por volta das 11 horas, quando foi atacada. “Não deu para identificar o nome de algum candidato, só podemos afirmar eram seguidores de Bolsonaro”, comentou André.

O presidente do Psol, Toni Cabano, que também estava com o grupo, comentou que o partido espera receber mais vídeos, para que possa formalizar a denúncia na Justiça, lamentando pelo ocorrido.

Farda

A Justiça Eleitoral determinou nessa quinta-feira (1) que Assumção se abstenha de divulgar, distribuir ou postar em redes sociais qualquer material de propaganda eleitoral em que esteja com o uniforme e símbolos pertencentes à Polícia Militar do Espírito Santo, fixando multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento da decisão. A decisão atende à ação cautelar da Promotoria da 52ª Zona Eleitoral de Vitória.

O candidato utiliza o símbolo e farda da Brigada Militar no material de campanha veiculado nos perfis das redes sociais, bem como no próprio site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo comportamento adota na Assembleia Legislativa desde o início de 2019, com o uso da farda na cerimônia de posse e nas sessões ordinárias.


Para o Ministério Público Eleitoral (MPE), a prática ilegal “tem que ser interrompida a fim de se proteger a lisura do pleito eleitoral”. A ação afirma que a Lei 9.504/1997, no artigo 40, proíbe a utilização de símbolos associados ou semelhantes aos empregados por órgão de governo na propaganda eleitoral, visando coibir a vinculação entre o candidato ao cargo eletivo e a administração.

De acordo com o artigo 40, “o uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR”.

Além de eventual prática do delito tipificado na seara eleitoral, a medida também infringi, como aponta o MPES, o disposto no art. 77, §1º, alínea “a” da Lei nº 6.880 – Estatuto dos Militares, tendo em vista que por ser capitão da reserva, estaria proibido de utilizar o uniforme militar em manifestação de caráter político-partidária. A Promotoria também encaminhou à Superintendência da Polícia Federal no Espírito Santo o procedimento instaurado.

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