Na eleição de 2014, a Assembleia Legislativa recebeu dois deputados novatos que chamaram atenção pelo fato de serem considerados ‘’outsiders’’. Traduzindo, jargão importado da Língua Inglesa, os “outsiders” podem definir os perfis que não vêm da política. Ironicamente, um foi campeão de votos na disputa ao Legislativo estadual, o apresentador de TV Amaro Neto (SD); o outro, o menos votado, o professor Sergio Majeski (PSDB). Em 2016, foi a vez de outro “outsider” da educação conquistar um mandato, o professor Roberto Martins (PTB) se elegeu vereador em Vitória.
Em comum, essas lideranças têm seus votos distantes dos acordos políticos. Amaro Neto tem uma grande popularidade como apresentador de TV, independentemente das acomodações partidárias. Já Majeski e Martins se elegeram com votos especialmente da comunidade escolar e agora conquistaram eleitores de outros segmentos graças às atuações deles como parlamentares.
Para a eleição do próximo ano, o cenário nacional aponta para alguns nomes que seguem nesta linha. O apresentador Luciano Huck (sem partido), vem se movimentando para ser candidato a presidente da República. Assim como o prefeito de São Paulo, o empresário João Dória, que venceu a eleição na capital paulista no ano passado com o apelo de ser um genuíno “outsider”. Até mesmo o deputado federal Jair Bolsonaro, mesmo estando no seu sexto mandato na Câmara, é considerado por muitos um “ponto fora da curva” numa disputa majoritária.
Na disputa eleitoral do Estado também estão surgindo alguns nomes novos para o cenário do próximo ano. À Câmara dos Deputados, um nome que vem sendo ventilado é o do coordenador da ONG Transparência Capixaba, Edmar Camata.
Jornalistas na disputa
O sucesso nas urnas de Amaro Neto em 2014 parece ter animado colegas jornalistas e apresentadores de TV. Também para federal está sendo cotado o nome de Ted Conti, recém-filiado ao PSB, do ex-governador Renato Casagrande.
A bancada da imprensa em Brasília pode contar ainda com a candidatura do apresentador Douglas Camargo (TV Vitória), que já teria conversado com lideranças do Pros, mas ainda não há nada certo. O próprio Amaro Neto estaria tentando convencer o colega de emissora Michel Bermudes a disputar à Assembleia Legislativa, mas não tem conseguido sucesso em suas investidas.
No governo do Estado há uma boa quantidade de lideranças cotadas para a disputa, que embora estejam muito perto do poder, podem debutar nas urnas no próximo ano. Inclusive, há uma jornalista da lista de pretensos candidatos. A secretaria de Comunicação Andréia Lopes pode encarar uma disputa à Assembleia.
Saindo da área da comunicação, o secretario de Segurança André Garcia é outro que vai desafiar as urnas. Não definiu ainda por qual partido, mas seu plano e chegar a Brasília. Ele estaria conversando com o PDT e já teria um levantamento sobre sua aceitação com o eleitorado, que seria bem satisfatória. O problema seria adequar uma natural dobradinha com o secretario de Desenvolvimento Urbano e ex-secretário de Segurança Rodney Miranda (DEM). Isso porque os ambos estariam mirando uma cadeira de deputado federal e nenhum dos dois estaria aceitando ceder, para disputar a estadual.
Ainda na disputa à Câmara dos Deputados, Octaciano Neto vai testar mais uma vez se a Secretaria de Agricultura é mesmo uma vitrine infalível para conquistar votos. Tem sido cotado como um dos nomes mais fortes para a disputa do próximo ano.
Na disputa à Assembleia, o governador vai apostar em uma chapa cheia de novidades e estariam sendo cogitados para a disputa a uma das cadeiras do Legislativo Estadual. Além de Andréia Lopes, o secretario de Direitos Humanos Julio Pompeu e o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) Enio Bergoli estariam na briga.
Bergoli vem sendo esperado para as disputas estaduais desde 2010. Mas preferiu esperar o momento certo e sua movimentação já tem tirado o sono de muitos deputados, preocupados com as movimentações dos futuros adversários.
Entre os membros dos movimentos de rua que tomaram o País na época do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, como o Vem Pra Rua e o MBL, os nomes não parecem dispostos a entrar na disputa eleitoral, pelo menos no Estado. Ainda no segmento “outsider”, um grupo de policiais militares também iniciou um movimento para lançar candidatos próprios na eleição do próximo ano, mas ainda não definiu os nomes dos representantes da categoria.
A partir do próximo ano, quando houver uma definição do cenário nacional, as movimentações das lideranças podem ficar mais claras e novos candidatos, com pouca ou nenhuma experiência de urna, podem aparecer nas disputas para tentar a sorte.