quarta-feira, fevereiro 5, 2025
24.9 C
Vitória
quarta-feira, fevereiro 5, 2025
quarta-feira, fevereiro 5, 2025

Leia Também:

Sem reeleição de Hartung, atores políticos ficam de olho em 2018

O governador eleito Paulo Hartung (PMDB) ao anunciar que não disputará a reeleição em 2018, causa uma movimentação no mercado político desde já. Com ele fora da disputa na próxima eleição, os nomes em potencial vão fazer de tudo para se credenciar à sucessão estadual e as apostas começam a surgir. 
 
Hoje, com Hartung chegando ao governo, com recall em alta, pode haver uma corrida de lideranças interessadas em ser o sucessor com o apoio palaciano. Mas é preciso cuidado para não se precipitar. Colar a imagem no governador eleito pode não ser a melhor estratégia.
 
Isso porque, para alguns observadores, o novo governo de Hartung será bem diferente dos dois anteriores. Hartung tenta agora recriar uma política maniqueísta que o manteve no governo no passado, mas em vez do crime organizado, ele agora elegeu a “velha política” como um inimigo a ser batido. 
 
Mas as exigências da sociedade mudaram ao longo destes quatro anos e o discurso pode não evitar que o governador eleito seja cobrado durante seu mandato. Além disso, ele perdeu pelo caminho, durante a campanha, a imagem maculada que construiu no governo passado. Ele agora passa a ser visto como um político comum.
 
Esses fatores podem fazer com que lideranças com peso político no Estado se credenciem à disputa, não necessariamente alinhados ao Palácio Anchieta. O desempenho do governador vai ser fundamental para que o sucessor tenha êxito ao colar sua imagem e os primeiros movimentos não são promissores.
 
Durante a campanha, Hartung afirmou que o pedágio da Terceira Ponte não voltaria enquanto ele fosse governador, o mesmo fez o governador Renato Casagrande. Em sua primeira entrevista após a eleição, Hartung mudou o discurso, dizendo que a decisão dependerá do relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCES).
 
Outro fator que pode complicar a vida do governador eleito é a movimentação na Assembleia. Hartung, por meio do deputado estadual Paulo Roberto, vem barrando alguns projetos de interesse de funcionalismo. Mas como ele é conhecido por não criar gastos permanentes e os projetos barrados tratavam de reestruturação dos planos de cargos e salários dos servidores, a projeção é de dificuldade no diálogo com o funcionalismo público.
 
Os movimentos de Hartung devem ser acompanhados pelos atores políticos interessados em disputar as eleições de 2018 como candidatos palacianos. Colar a imagem em Hartung na chegada ao governo, quando ele está em alta, é positivo para quem quiser se credenciar, mas caso haja desgastes ao logo do governo, quem estiver com ele pode sair em desvantagem na disputa de 2018, que provavelmente não será estabelecida nos parâmetros da unanimidade. 

Mais Lidas