Categoria rearfima insatisfação com Casagrande por não formalizar mesa de diálogo nem cumprir promessas de campanha
O estado de greve é uma das pautas que serão avaliadas durante a assembleia geral que será realizada no ato dos servidores públicos capixabas agendado para a próxima terça-feira (7), às 13h, em frente ao Palácio Anchieta, na Cidade Alta, no Centro de Vitória.
A proposta é uma forma direta de manifestar a insatisfação com o governo reeleito de Renato Casagrande (PSB). “Nós vamos pautar o estado de greve nessa assembleia e, caso não avance a mesa de negociação, não descartamos possiblidade de movimentos paredistas. O estado de greve é uma mensagem de insatisfação dos servidores pela demora em formalizar a mesa de negociação e de atender a pauta da categoria, como ele prometeu durante a campanha. Porque ele vem sinalizando, mas de efetivo não houve nada ainda”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos-ES), Iran Caetano.
Os sinais, elenca o líder sindical, vêm ocorrendo lenta e timidamente, mas somente após mais de dois meses sem qualquer interlocução. Nessa terça-feira (28), em coletiva de imprensa para o lançamento do Plano Estratégico, o governador se limitou a dizer que haverá reajuste este ano, mas sem indicar percentual ou data, numa postura bem diversa da adotada pelo governo federal, que já definiu esse assunto desde o dia 16 de fevereiro, e bem diferente também da sua própria postura em 2022, quando o reajuste de 6% do serviço público capixaba já havia sido definido nas primeiras semanas do ano.
Nessa quinta-feira (2), outro passo foi a reunião realizada entre a diretoria do Sindipúblicos e a assessora especial de relações sindicais da Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), Bárbara Canicali. No encontro, a entidade entregou a pauta da categoria e cobrou a implantação imediata de uma mesa de negociação permanente, com a presença de Casagrande.
Iran Caetano reafirma que essa movimentação é insuficiente para demostrar o compromisso do governo em cumprir suas promessas de campanha com a categoria. “O governador nos recebeu em setembro, quando se comprometeu a dar retorno em novembro. Também havia um compromisso em encaminhar para a Assembleia Legislativa, no início de fevereiro, a proposta de recomposição inflacionária dos salários e de reajuste do auxílio-alimentação e diárias. Mas nada disso foi feito ainda”, relata.
O presidente do Sindipúblicos lembra que a assembleia da próxima terça-feira é o segundo grande ato da categoria dentro de sua campanha salarial. O primeiro foi na posse dos deputados da nova legislatura, no dia primeiro de fevereiro. Para esse segundo ato, servidores do interior também estão previstos de comparecer.
Aprovado o estado de greve, explica Iran Caetano, os servidores seguirão o que determina a Lei Estadual de Greve: irão reapresentar a pauta de reivindicações, protocolando-a no Poder Executivo, dando um prazo de quinze15 dias para concluir a negociação. “Se esses prazos não forem cumpridos, a categoria tem autorização legal para paralisar as atividades”.
A pauta destaca os seguintes pontos: “recuperação inflacionária, reajuste no auxílio-alimentação e no valor das diárias, data-base, mesa de negociação, valorização dos aposentados, pagamento dos precatórios, reestruturação das carreiras extintas na vacância, concursos públicos e solução para os impactados pela LC 187/00”.