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Setenta e oito municípios, mas apenas uma mulher eleita prefeita no Estado

Ana Izabel voltará à prefeitura de São Domingos do Norte após mandato encerrado em 2008

Dos 78 municípios capixabas, somente em São Domingos do Norte uma mulher foi eleita prefeita. Ana Izabel Malacarne de Oliveira (DEM), ou simplesmente Ana, como está no registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), obteve 2.281 votos, o que equivale a 37,37%. Ela substituirá Pedro Amarildo Dalmonte (PMN) na gestão municipal. Em Cariacica, com Célia Tavares (PT) no segundo turno, há possibilidade de pelo menos mais um município ser gerido por uma mulher. 

Não é a primeira vez que Ana é eleita para esse cargo. Ela foi prefeita de São Domingos do Norte de 2005 a 2008. Em seu plano de governo, a futura gestora divide suas propostas nos seguintes eixos: administração, planejamento e finanças; assistência e desenvolvimento social; agricultura; meio ambiente; educação e cultura; esporte e lazer, saúde; infraestrutura e segurança. 

Em Montanha, norte do estado, a prefeita Iracy Baltar (Republicanos) não se reelegeu por pouco. Ela teve 4.552 votos (43,78%), enquanto o eleito, André Sampaio (PSB), 4.852 (46,67%). 
Iracy Baltar não se reelegeu em Montanha. Foto: Divulgação

Em outros municípios onde as mulheres também eram consideradas fortes concorrentes, a vitória das urnas não aconteceu.

Um deles é Guaçuí, onde Simone Biondo (DEM) aparecia bem nas pesquisas de opinião pública, mas acabou derrotada por Jauhar (Republicanos), que obteve 6.539 votos (42,65%), enquanto Simone alcançou 5.478 (35,73%). 

Contrariando pesquisas, Simone Biondo ficou em segundo lugar. Foto: Redes sociais

Outra expectativa que não foi concretizada é a da deputada federal Norma Ayub (DEM), em Marataízes. A parlamentar ficou em terceiro lugar, com 5.421 votos (23,05%). O eleito foi o prefeito Tininho Batista (PDT), com 9.469 votos (40,26%). Em outros municípios, candidaturas femininas também ficaram em segundo lugar. Um deles é Dores do Rio Preto, onde Claudia Bastos teve 1.836 votos (37,31%). O eleito, Ninho (Cidadania), ficou com 3.020 (61,37%).

Em Irupi, Elidea (Pode) obteve 1.745 votos (22%), enquanto Edmilson Meirelles (MDB) se elegeu com 4.582 (57,77%). Na cidade de Ponto Belo, Roze (PDT), conquistou 1.852 votos (37,43%). O vencedor da eleição foi Jaiminho, com 3.096 votos (62,75%).

No dia 20 de outubro, o Fórum de Mulheres do Espírito Santo (Fomes) chegou a divulgar uma carta na qual conclamou às eleitoras que votassem em mulheres “anticapitalistas e antirracistas” e que defendessem as pautas feministas. O Fomes defendeu que é “imprescindível uma intervenção política no processo eleitoral, de modo a ampliar a participação e a luta das mulheres nos espaços de poder e decisão”.

O Fórum ressaltou também que não basta aumentar o número de candidaturas de mulheres, uma vez que essa ampliação deve vir acompanhada do compromisso das candidatas “com um mandato voltado para a defesa de nossas proposições e princípios feministas de combate ao patriarcado, bem como com uma agenda de luta mais geral, necessária às transformações estruturais que a realidade brasileira requer”.

‘O espaço de poder é visto como masculino’

Dependendo do resultado do segundo turno em Cariacica, Ana, de São Domingos do Norte, não será a única mulher eleita prefeita no Espírito Santo nas eleições 2020. No município da Grande Vitória, Célia Tavares (PT) prossegue na disputa com o deputado estadual Euclério Sampaio (DEM). A candidata teve 14,04% dos votos. Seu concorrente alcançou 18,81%. Para Célia, o resultado das eleições municipais no Espírito Santo mostra que os espaços de poder ainda são vistos como masculinos.

Célia Tavares disputa com prefeitura de Cariacica no segundo turno. Foto: Divulgação

A candidata destaca que as mulheres são submetidas a uma história de preconceito. “Primeiro tivemos que lutar pelo direito ao voto. Depois, disputar o direito de estar nos espaços de poder, e disputar com desigualdade, pois as mulheres normalmente cumprem várias jornadas de trabalho. Se é militante, encontra dificuldades dentro dos partidos, dos movimentos sociais, pois o machismo também está nesses espaços”, afirma.

Célia defende um sistema político em que houvesse cotas para as mulheres. “Se somos cerca de 50% da população, teríamos que ter 50% das vagas destinadas para as mulheres. Garantir 30% de candidaturas femininas nos partidos não surte o efeito que precisamos, pois essas candidatas entrarão em uma disputa desigual”, defende a candidata, que destaca, ainda, que as mulheres são minoria no legislativo, situação que dificulta a disputa para o executivo, pois acabam não ganhando visibilidade.

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