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Signatários de carta pela democracia negam ligação com o ‘vira voto’

Conteúdo publicado dias antes do primeiro turno aborda questões inseridas nas campanhas de Lula e Jair Bolsonaro 

Os pastores Heleènder de Oliveira Francisco e Anna Eliza Simonetti Polastri de Oliveira Francisco, da Primeira Igreja Batista em Goiabeiras, e Kenner Terra, da Primeira Igreja Batista da Praia do Canto, em Vitória, negaram nesta quarta-feira (5) qualquer envolvimento na ação “vira voto”, contexto no qual a carta “Somos um pela democracia, somos todos pelo Brasil” foi inserida, com milhares de assinaturas.

A divulgação do abaixo-assinado ocorreu em todo o território nacional três dias antes da votação em primeiro turno, no dia 2 de outubro, e foi tema de matéria jornalística em Século Diário, sob o título “Movimento evangélico forma barreira a terrorismo religioso“, com base na carta e no contexto formado em redes sociais e em outros meios de comunicação. A ação faz parte do movimento político-eleitoral, liderado por vários pastores, entre eles Ariovaldo Ramos, de São Paulo.

A manifestação é decorrente da chamada “guerra santa”, disseminada pela campanha de Jair Bolsonaro, resultando em reações de parte do público evangélico comprometido com a democracia, o respeito dos direitos humanos e o amor ao próximo.   

O próprio conteúdo da carta aponta para a defesa da democracia a partir de pontos destacados, com base em textos bíblicos, focando em questões da sociedade brasileira abordados nas campanhas de Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula.

O texto de abertura diz: “Nesse momento atual, de muitos desafios para o nosso país, como a fome, o desemprego e subemprego que causam sofrimento a tantas famílias; nesse tempo de tantas divisões e conflitos entre muitos lares e igrejas; e de muitas mentiras que circulam em redes sociais, nos unimos a irmãos e irmãs – cristãos de diversas igrejas em todas as partes do Brasil para juntar nossas forças, orar e agir em defesa do bem estar para todos, da democracia brasileira, do processo eleitoral e do respeito ao resultado das urnas”.

Os pontos destacados são os seguintes:

“Somos um pelo pão de cada dia. Oramos e defendemos que os mais pobres do Brasil deixem de passar fome e tenham alimento digno pois Deus é amor e nos ensina a compartilhar e amar o bem comum. (Mateus 6.11; Marcos 6.30-37; 2 Coríntios 8.14, 15; 1 João 3.16, 17)”.

“Somos um pela verdade e contra notícias falsas e discurso agressivo que tem dividido famílias e separado amigos e irmãos. Oramos pelo seguimento à orientação dos apóstolos de não se deixar levar pela “esperteza dos homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor” (Efésios 4.14-16)”.

“Somos um pelo respeito. Defendemos e oramos por diálogo sem ódio e sem violência, mas com coragem de manifestar o amor mesmo quando discordamos, lembrando sempre do mandamento de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (João 13.34)”.

“Somos um pela justiça. Defendemos as instituições democráticas que, mesmo imperfeitas, garantem nossos direitos. Oramos para que seus princípios sejam respeitados, seguindo a orientação bíblica de “Dar a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus.” (Mateus 22.21; 5.20; 6.33)”.

“Somos um pela paz. Defendemos e oramos por eleições pacíficas, sem armas e ameaças. Pois “a mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz”. (Romanos 8.6; 12.17-21)”.

Negativa

Nós não participamos de nenhum manifesto ou movimento de “vira voto”, explicam os pastores Heleènder e Anna Eliza, em nota, acrescentando: “Pastoreamos nossa comunidade tomando o maior cuidado para manter a imparcialidade, respeitando a existência de todos os pontos de vista na igreja”.

A nota prossegue: “Acreditamos que nossas ovelhas são livres para pensarem e decidirem politicamente o caminho que acharem melhor (…) não influenciamos, buscamos sempre apaziguar as relações e os ânimos, entendendo que a unidade é possível, apesar das diferenças”.

Já o pastor Kenner Terra, também em nota, afirma que não assinou nenhuma carta do movimento “vira voto”: “Assinamos uma carta pela democracia e que não era do movimento”, diz, enfatizando ainda não ter assinado como representante da Igreja Batista de Vitória.

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