Quase metade dos deputados capixabas mudou de sigla após janela partidária. Veja como ficaram os legislativos
Na dança das cadeiras, o resultado ficou o seguinte: pese a saída de Sérgio Majeski, que voltou para o PSDB, com o retorno de Janete de Sá (ex-PMN) e a adesão de Luciano Machado (ex-PV), o PSB do governador Renato Casagrande ficou com a maior bancada, com cinco deputados, seguido do PP, PDT e PSDB, com quatro cada.
Embora tenha perdido seu único deputado eleito, Renzo Vasconcelos, que foi para o PSC, o PP somou as filiações de Marcos Garcia (ex-PV), Raquel Lessa (ex-Pros) e Theodorico Ferraço (ex-União), que entrou em conflito com o deputado federal Felipe Rigoni, quando este passou a controlar o partido após a fusão com o PSL que deu origem ao União Brasil. Rigoni se coloca como pré-candidato a governador, o que provocou uma debandada da sigla, que perdeu representação na Casa.
O PSL havia tido a maior bancada eleita em 2018, com quatro deputados, mas a saída do presidente Jair Bolsonaro após atritos no partido, em 2019, repercutiu também no desligamento de alguns nomes, como Capitão Assumção, que foi expulso, se filiando primeiro ao Patriotas, e mais recentemente, ao PL. Danilo Bahiense foi para o mesmo partido e Torino Marques para o PTB, também aliado do presidente.
Já Alexandre Quintino, que se afastou do bolsonarismo e se manteve aliado do governador Casagrande, optou de rumar para o PDT, onde agora forma bancada com Luiz Durão, que havia assumido em 2021 como suplente, e com os novos Adilson Espindula (ex-PTB) e José Esmeraldo (ex-MDB).
Com a saída de Esmeraldo e Hércules, que ainda não anunciou qual seu destino, o MDB, que sempre figurou entre as maiores bancadas, também estará sem representação. Com as diversas mudanças, também ficaram sem nenhum deputado PV, que perdeu suas duas cadeiras, Avante, Pros e PMN.
Já os partidos que não tinham representação e passaram a contar com um mandato foram o PSC, que ganhou a filiação de Renzo Vasconcelos (ex-PP) e Alexandre Xambinho (ex-PL), e o DC, que teve adesão de Carlos Von (ex-Avante). Já o PSC e o DC passaram a ser representados na Casa. O primeiro com dois deputados (Renzo Vasconcelos e Alexandre Xambinho) e o segundo com um (Carlos Von).
Ales após a janela partidária
– PSB: Dary Pagung, Bruno Lamas, Freitas, Janete de Sá e Luciano Machado
– PP: Marcos Garcia, Marcos Madureira, Theodorico Ferraço e Raquel Lessa
– PDT: Adilson Espindula, Alexandre Quintino, José Esmeraldo e Luiz Durão
– PSDB: Sergio Majeski, Dr. Emílio Mameri, Pr. Marcos Mansur e Vandinho Leite
– Republicanos: Erick Musso e Hudson Leal
– PSC: Alexandre Xambinho e Renzo Vasconcelos
– PL: Capitão Assumção e Delegado Danilo Bahiense
– DC: Carlos Von
– PTB: Torino Marques
– Podemos: Marcelo Santos
– Patriota: Dr. Rafael Favatto
– Cidadania: Gandini
– PT: Iriny Lopes.
– Não informado: Doutor Hércules
Câmara Federal
Na Câmara Federal, o troca-troca também foi amplo. Dos dez deputados federais capixabas, se mantiveram em seus partidos Helder Salomão (PT), Evair de Mello (PP), Amaro Neto (Republicanos), Lauriete (PSC) e Paulo Foletto (PSB), que reassumiu a vaga após ocupar a secretaria estadual de Agricultura, da qual teve que se descompatibilizar para concorrer novamente ao cargo, que nos últimos anos foi tocado por seu suplente Ted Conti (PSB). O outro eleito pelo PSB, Felipe Rigoni, foi para o União Brasil antes mesmo da abertura da janela partidária, depois de conseguir na justiça a troca sem perder o mandato.
No rearranjo da bancada federal, quem mais ganhou foi o PP, que figura na aliança que apoia Bolsonaro. Além de Evair, entraram Norma Ayub, que assim como o marido Theodorico Ferraço saiu do União Brasil, Neucimar Fraga (ex-PSD) e Da Vitória, que quer construir candidatura ao Senado e saiu do Cidadania. O PTB ganhou reforço na Câmara com Soraya Manato, ex-União Brasil, que foi barrada de entrar no PL, no qual seu marido Manato tentará o governo estadual. O ex-senador Magno Malta, que comanda o partido no Espírito Santo, havia prometido aos pré-candidatos de não inchar mais a chapa do partido para a Câmara.
No Senado, onde a eleição é majoritária e não há risco de perda de mandato, não houve necessidade de recorrer à janela partidária para troca de partido, mas os três representantes capixabas mudaram de siglas em seus mandatos. Rose de Freitas, única que disputa a reeleição em 2022, havia saído do Podemos e voltado para o MDB no ano passado. Fabiano Contarato saiu da Rede este ano e se filiou ao PT, avaliando a possibilidade de ser candidato ao governo, e Marcos Do Val havia trocado o Cidadania, pelo qual se elegeu, pelo Podemos.
Bancada capixaba na Câmara Federal após a janela partidária
– PP: Evair de Mello, Neucimar Fraga, Norma Ayub, Da Vitória
– PSB: Paulo Foletto
– PT: Helder Salomão
– Republicanos: Amaro Neto, Lauriete
– União Brasil: Felipe Rigoni
– PTB: Soraya Manato