Armandinho Fontoura e Gilvan da Federal questionaram a presença do fotógrafo Leonardo Sá no Plenário
Na sessão da Câmara de Vitória desta segunda-feira (6), o fotógrafo deste Século Diário, Leonardo Sá, sofreu uma tentativa de intimidação e cerceamento da atividade profissional e da liberdade de imprensa em plenário. Ao adentrar a Casa de Leis, ele teve sua presença questionada pelos vereadores Armadinho Fontoura (Podemos) e Gilvan da Federal (Patri). O fotógrafo cobria a manifestação em apoio à vereadora Camila Valadão (Psol), em frente ao legislativo municipal. Ao fim do protesto, entrou na Câmara para fazer a cobertura da sessão.
Durante a fala do vereador Aloísio Varejão (PSB), quando se discutia a questão da obrigatoriedade do passaporte sanitário em Vitória, ele foi interrompido por Armandinho, que ao ver Leonardo, disse que “a identificação das pessoas no plenário está sendo descumprida”, afirmando ainda que “entrou um rapaz aqui, com câmera”.
Nesse momento, Karla Coser (PT) informou que se tratava da imprensa e o presidente da Câmara, Davi Esmael (PSD), falou que “será assegurado à imprensa transitar no plenário. A imprensa tem liberdade de imprensa e ela será exercida”. A resposta não agradou Armandinho, que retrucou dizendo “manera’ no tom, que está parecendo autoritário”.
Davi Esmael, então, afirmou que é necessário “ser incisivo na defesa do parlamento, assegurando a filmagem, estamos no ambiente público”, mas Armandinho se mostrou insatisfeito com a resposta, alegando que seus assessores não puderam adentrar o local.
Dirigindo-se diretamente ao fotógrafo, Gilvan da Federal disse “você não é imprensa não, Século Diário só publica coisa a favor dos petistas”, dizendo ainda que o Século Diário está “a serviço dos vermelhos”.
Século Diário, que já soma 21 anos de atuação no Espírito Santo, repudia, veementemente, em qualquer circunstância, a intimidação de um integrante de sua equipe e de cerceamento da liberdade de imprensa, bem como de todos os profissionais e veículos de comunicação do Espírito Santo. Quando isso ocorre em um local público, como a Câmara de Vitória, a questão é ainda mais grave, e exige medidas definitivas.
“Práticas violentas contra o trabalho dos operários e operárias da notícia são características de regimes totalitários e devem ser amplamente combatidas por todos os segmentos sociais. No Brasil, cada jornalista calado por força de violências de qualquer natureza ou magnitude, põe em risco a própria democracia no país”, alerta constantemente a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), diante da escalada de ataques ao exercício da profissão, a independência na produção de notícias e de extrema violência contra a categoria, intensificadas nos últimos anos.
‘Este ato não é sobre mim, é sobre nós’, afirma Camila Valadão
Organizações da sociedade civil realizaram ato em apoio à vereadora em frente à Câmara de Vitória
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