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‘Victor Coelho faz um governo razoável’, afirma Carlos Casteglione

Petista fala sobre pré-candidatura a prefeito de Cachoeiro, mas evita críticas ao atual mandatário

Ales

Ex-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, por dois mandatos (2009 a 2012 e 2013 a 2016), Carlos Casteglione (PT) se coloca como pré-candidato a um novo mandato no município pela Federação Brasil da Esperança, formada por Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV). Até o momento, Casteglione representa a principal postulação do campo progressista na disputa majoritária no município nas eleições municipais de 2024.

“Penso que agora é hora de retornar para discutir a gestão da cidade. Meu nome está colocado desde 2022”, afirmou, em conversa com Século Diário. Atualmente, ele é subsecretário de Estado do Trabalho, Emprego e Geração de Renda, e o Partido dos Trabalhadores (PT) é um aliado do governador Renato Casagrande (PSB). Apesar disso, o atual prefeito, Victor Coelho (PSB), já afirmou que não pretende fazer alianças com o PT, tendo criticado a gestão petista que o antecedeu.

“Foi uma declaração que ele deixou muito no ar sobre a nossa gestão, e até fez alguns elogios também. Eu acredito que nós precisamos construir um processo de unidade. O PSB [Partido Socialista Brasileiro] está no governo Lula, e nós apoiamos o governo Casagrande. Nesses sete anos, o PT não se manifestou sobre a gestão do Victor Coelho, mesmo tendo algumas críticas”, comenta Casteglione.

Avaliando a conjuntura atual, ele afirma que existe um ponto desfavorável e outro favorável à sua candidatura. A favor, conta o fato de o atual prefeito não poder se reeleger, abrindo caminho para outras postulações. “Eu já estive em uma reeleição e sei como é difícil disputar com um prefeito tentando reeleição”, pontua.

Em desfavor de sua candidatura está o resultado das eleições de 2022. Jair Bolsonaro (PL) teve quase 70% dos votos para presidente no segundo turno em Cachoeiro, e Manato (PL) também superou o atual governador na cidade com folga. “Ainda assim, o presidente é o Lula (PT) e o governador é Renato Casagrande, e acredito que isso vai contar na Prefeitura de Cachoeiro”, ressalta.

No cenário das pré-candidaturas, ele avalia que existem até cinco postulações colocadas e haverá de três a quatro candidaturas viáveis no pleito de outubro. Para se fortalecer, ele tem buscado conversas com outras siglas com campo progressista, como a federação formada por Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e Rede Sustentabilidade.

Casteglione também afirma ter boa interlocução com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) – a nível estadual e, em parte, também municipal -, com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e com o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ele também cita o exemplo do Podemos, uma sigla mais alinhada à direita, mas que, a nível federal, tem se aliado ao governo Lula.

“Graças a Deus, na questão partidária, eu não tenho muito problema de estar restrito ao meu campo, converso com praticamente todo mundo. E também converso com muitas outras lideranças comunitárias e empresariais. Podendo conversar com adversários ideológicos, não me furtarei de conversar, porque eu entendo que essa eleição é diferente. Não deve ter como prioridade a divisão ideológica, e sim como foco um projeto de governo para cuidar do nosso município”, argumenta.

Opinião sobre a gestão atual

Carlos Casteglione prefere falar em unidade e evita fazer críticas mais contundentes à atual gestão do prefeito Victor Coelho. Ainda assim, pontua algumas questões para as quais, em sua visão, é preciso ter atenção.

“Eu percebo que tem uma grande insatisfação dos servidores. O novo plano de cargos e salários foi aprovado em 2019, mas ficou parado em 2019, os servidores afirmam que não tiveram muitas progressões. A equipe dele também não tem muita afinidade com a cidade, pelo que dizem, são muitas pessoas de fora do município. Outras questões sobre a gestão são de responsabilidade do prefeito, não quero deixar nenhuma insinuação. Na minha avaliação, ele faz um governo razoável e dentro do que se propõe a fazer”, opina

Um dos pontos que ele elogia da atual gestão é a boa relação com o governo estadual, responsável pela maior parte dos investimentos municipais. “É preciso trabalhar para que Cachoeiro não caia nas mãos de quem não tem relação com o governo estadual. O município tem baixíssima capacidade de investimento com recurso próprio”, alerta.

Casteglione também aponta uma diferença para as suas gestões. “No meu entendimento, estabelecemos uma visão de governo nos meus dois mandatos de priorizar aqueles que mais precisam. Pretendo colocar no meu programa de governo a questão da inclusão, da oportunidade, da geração de emprego e renda, do empreendedorismo. Pretendo tratar de coisas muito concretas para a nossa juventude, especialmente a juventude negra. Cuidar de segurança, saúde, assistência social, mas priorizando territórios onde as pessoas estão mais vulneráveis”, defende.

Perguntado sobre um possível apoio a outros pré-candidatos a prefeito, em vez de lançar uma candidatura própria, Casteglione foi bem claro ao dizer que essa possibilidade está descartada no momento.

Movimentações nas outras pré-candidaturas

Atualmente, o campo governista trabalha com o nome da secretária municipal das pastas de Obras e Manutenção e Serviços, Lorena Vasques, que se filiou ao PSB no fim de 2023. Na semana passada, Victor Coelho realizou uma série de mudanças nas secretarias municipais, que, segundo fontes ligadas ao governo, estão diretamente ligadas ao fortalecimento do “projeto Lorena”.

Outro forte pré-candidato a prefeito de Cachoeiro em 2024 é o vereador de extrema direita Júnior Corrêa (PL). O deputado estadual Theodorico Ferraço (PP), ex-prefeito de Cachoeiro em quatro mandatos, tem simpatia pela candidatura do parlamentar bolsonarista, e o pai de Júnior, Zezé da Cofril, passou a compor o diretório municipal do Partido Progressistas (PP) junto com Ferraço.

O partido Novo, que formou um novo diretório municipal em Cachoeiro, também tende a apoiar Júnior Corrêa, mas haveria uma preferência da direção estadual pelo “grupo dos três” – composto pelos deputados estaduais Allan Ferreira (Podemos) e Dr. Bruno Resende (União) e pelo secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, Diego Libardi (Republicanos). Os três estão com um pacto de apenas um deles se candidatar a prefeito nas eleições de outubro.

Logo após as mexidas de Victor Coelho no secretariado, Allan Ferreira deu entrevista ao jornal ES de Fato e anunciou que rompeu com o prefeito, pelo fato de as alterações terem incluído a participação do Podemos na prefeitura.


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https://www.seculodiario.com.br/politica/junior-correa-e-um-dos-nomes-bem-vistos-por-mim

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