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Vidigal irá assumir Secretaria de Desenvolvimento no lugar de Ricardo Ferraço

Mudança será partir de fevereiro, conforme anúncio feito pelo governador Casagrande

O governador Renato Casagrande (PSB) anunciou, na tarde desta segunda-feira (10), a saída do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) da pasta de Desenvolvimento a partir de fevereiro. Quem irá assumir a secretaria será o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT). O anúncio já era esperado, uma vez que ambos são tidos como alguns dos prováveis candidatos de Casagrande ao Governo do Estado nas eleições 2026.

Reprodução Redes Sociais

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Casagrande afirmou que, se retirando da secretaria, Ricardo Ferraço ficará “completamente à disposição para de fato exercer o papel de vice-governador, se desvencilhando de atividades burocráticas que a Secretaria impõe por dever, por obrigação, por necessidade”.

Assim, prosseguiu, Ricardo Ferraço “vai estar o tempo todo, com exclusividade, ajudando em todas ações do governo, em todas secretarias, todas as áreas, na articulação com Brasília, com a Assembleia Legislativa”. Destacou, ainda, que fora da secretaria o vice-governador “vai ajudar a alinhar investimentos, inaugurar, dar ordens de serviço, estar comigo nas agendas importantes pelo estado a fora”.

Ricardo Ferraço já vinha ampliando sua presença em eventos oficiais e nas mídias sociais. Esteve, por exemplo, neste mês de janeiro, em eventos na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, na assinatura da ordem de serviço para ampliação do aeroporto municipal. O pai de Ricardo, Theodorico Ferraço (PP), está de volta à Prefeitura de Cachoeiro para o seu quinto mandato.

Portanto, a saída do vice-governador da Secretaria irá ampliar mais ainda sua presença dele nesses espaços, aumentar sua visibilidade e, consequentemente, projetar ainda mais seu nome para as eleições 2026, cujas intenções de disputar já foram declaradas por ele para os jornais capixabas ao dizer em entrevistas que está pronto para ser governador.

Ricardo Ferraço, no pronunciamento junto ao governador, nesta segunda, afirmou que “vamos continuar trabalhando muito, pois, graças a Deus, o estado está muito organizado, devolve à sociedade, aos contribuintes, trabalhadores, empreendedores, tudo aquilo que as pessoas trabalham ao longo do ano pagando impostos”.

O vice-governador se referiu ao seu substituto na pasta como “extraordinário homem público que mudou a vida da Serra”. Vidigal, por sua vez, afirmou se sentir honrado “por participar de um governo tão importante, referência em gestão pública no país e ocupar uma pasta que tem tido excelentes resultados”. Também disse que irá “se empenhar para fazer o melhor possível para contribuir com o nosso estado” e que, para ele, assumir, a Secretaria “é um projeto muito mais importante do que um projeto político eleitoral, é um projeto para o estado do Espírito Santo”.

Redes Sociais

Contudo, embora afirme isso, Vidigal é apontado como um dos possíveis pré-candidatos do governo com apoio de Casagrande, que no fim do ano passado citou o nome do ex-prefeito da Serra em entrevistas, assim como os prefeitos de Cariacica, Euclério Sampaio (MDB), e Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos). Os dois prefeitos foram reeleitos em 2024 com ampla vantagem sobre os adversários, e Vidigal elegeu seu sucessor, Weverson Meireles. Todos eles foram contemplados com altos investimentos da gestão estadual.

Neste início de 2025, mais dois nomes começaram a ser especulados. O deputado federal Da Vitória teve o partido que preside, o Progressistas (PP), contemplado com indicação para a pasta de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano – ainda que em detrimento de uma estrela decaída da própria sigla, Marcus Vicente, que deixou a secretária para que Marcos Aurélio Soares, indicado por Da Vitória, assumisse. Outro nome é Gilson Daniel, também deputado federal, líder do Podemos capixaba e aliado de primeira hora do governador.

Não é novidade que Ferraço nutre o desejo de ser governador há muitos anos. Em 2010, foi preterido, no episódio conhecido como “abril sangrento”, para dar lugar justamente a Casagrande, na época, ambos alinhados a Paulo Hartung (sem partido). Tanto em 2010 quanto agora, o que mais levanta dúvidas sobre a candidatura de Ricardo Ferraço diz respeito à sua capacidade eleitoral. Após alcançar 1,5 milhão de votos naquele ano para o Senado Federal, sua votação baixou para 480,1 mil em 2018, não sendo o suficiente para se reeleger.

Paralelamente, os outros nomes especulados para candidatura ao Governo do Estado têm melhor retrospecto recente nas urnas, sobretudo os prefeitos reeleitos da Grande Vitória, que não deram chances aos adversários e liquidaram a fatura logo no primeiro turno. Nesse combo também se inclui o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), de oposição à Casagrande e possivelmente adversário da candidatura de situação ao governo estadual em 2026.

Será preciso avaliar, também, se será possível continuar mantendo um espectro amplo de alianças partidárias, da esquerda à direita, ou se esse grupo se dividirá. Ainda falta um bom tempo para a campanha eleitoral. Mas talvez para tentar se garantir no páreo, Ricardo entrou em campo antecipadamente. Se Casagrande de fato sair do governo em 2026 para disputar uma vaga no Senado, Ferraço também teria um tempo, ainda que curto, para se vincular de vez à gestão e garantir o retrospecto positivo.

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