Deputado deixou o MDB, mas ainda esbarra em obstáculos para garantir disputa à reeleição este ano
Desde a última sexta-feira (1), Dr. Hércules vinha se esquivando de informar sobre seu plano para garantir a disputa à reeleição, o que ganhou novos contornos nessa segunda-feira (4), com a repercussão de uma filiação online diretamente ao PSB Nacional, gerando reações de lideranças e candidatos à reeleição do partido do governador Renato Casagrande na Assembleia Legislativa.
“Tem muita gente esperando que eu fale algo, mas não vou responder nem aqui, nem na imprensa, porque não fui criado assim”, ressaltou, referindo-se a “agressões e falta de educação e respeito”. Dr. Hércules também disparou frases sobre “desmerecimento às pessoas” e “homens que não honram suas calças”.
O deputado exibiu ainda vídeos em que reforçou pautas de seus mandatos, como as voltadas para as lutas de pessoas com deficiência, e ainda de uma caminhada nesse domingo (3) com a Associação dos Amigos dos Autistas do Estado (Amaes), para em seguida criticar: “Tem gente que não gosta disso, poucos políticos já fizeram”. E reiterou: “Querem diminuir, colocar o pé na porta, estão tentando não me deixar ser candidato à reeleição”.
Em seu quarto mandato consecutivo na Assembleia Legislativa, Dr. Hércules obteve 30,7 mil votos nas últimas eleições, em 2018. A filiação ao PSB engrossaria uma chapa que já conta com outros candidatos com mandato, portanto também com peso de votos, como Bruno Lamas, Dary Pagung e Janete de Sá (ex-PMN), filiada recentemente à legenda.
O prazo para os partidos enviarem a lista de filiados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) vence no próximo dia 12. Até lá, o desfecho da polêmica envolvendo Dr. Hércules permanece em aberto.
Últimos quadros
A saída do deputado do MDB foi resultado de um movimento de esvaziamento total do partido, que impediu a formação de chapas competitivas. Também deixaram a legenda a ex-deputada estadual Luzia Toledo, candidata à Assembleia pelo Republicanos, e o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon, que impedido de erguer um palanque ao governo do Estado, se filiou ao PSD.
As atuais dificuldades foram impostas pela própria presidente da executiva estadual, senadora Rose de Freitas, que abriu mão de um projeto majoritário para buscar aliança com o governador Renato Casagrande (PSB) e se cacifar no jogo com sua candidatura à reeleição. A vaga de Rose é a única aberta este ano no Senado no Estado, em uma eleição concorrida, inclusive no campo de Casagrande, com outros aliados em negociação para compor na chapa.
O único que ainda ficou no MDB, depois de ter a saída considerada certa, foi o ex-deputado federal e ex-presidente da executiva, Lelo Coimbra. Ele desistiu de se candidatar à Câmara novamente e vai atuar no projeto de Guerino, ambos ligados ao ex-governador Paulo Hartung (sem partido), o que pode acirrar ainda mais a disputa interna na legenda registrada nos últimos anos, que já foi parar na Justiça e sofreu até intervenção da Nacional.