sábado, novembro 23, 2024
21.6 C
Vitória
sábado, novembro 23, 2024
sábado, novembro 23, 2024

Leia Também:

Votos na MP dos Ministérios sinalizam divisão do Republicanos no Estado

Apesar de pertencerem ao mesmo partido, Amaro Neto e Messias Donato votaram de forma divergente

Pablo Valadares/Agência Câmara

Ao votar pela aprovação da Medida Provisória (MP) que reorganiza os ministérios do Governo Lula, na noite dessa quarta-feira (31), o deputado federal Amaro Neto sinaliza mais uma vez divisão do Republicanos no Espírito Santo, assunto que já circula há tempos nos bastidores políticos. O deputado Messias Donato, o outro integrante da bancada capixaba do partido na Câmara, votou contra a matéria, juntando-se aos bolsonaristas Evair de Melo (PP) e Gilvan da Federal (PL).

A MP também foi aprovada no Senado na manhã desta quinta-feira (1º), último dia do prazo, com voto favorável do senador Fabiano Contarato (PT) e dois contrários, de Marcos do Val (Podemos) e Magno Malta (PL). A medida, aprovada por 51 votos a favor, 19 contra e uma abstenção, fixa o número de ministérios em 31, além de seis órgãos com status de ministério, em um total de 37. O texto permaneceu na Câmara desde o início do governo e corria o risco de perder a validade, se não fosse aprovado nesta quinta-feira.

A divisão das bancadas partidárias não ficou somente com os integrantes do Republicanos. O deputado Da Vitória, do PP, articulador do novo bloco político, votou pela aprovação da medida; seu colega de partido Evair de Melo, cravou não.

O voto de Amaro, apesar de seguir a movimentação do Republicanos em âmbito nacional, que busca ficar mais próximo à gestão do presidente Lula, numa posição de independência, demonstra que ele se distancia do bloco partidário integrado pelo presidente da Executiva Estadual, o ex-deputado Erick Musso, derrotado na disputa ao Senado em 2022. Entre os interlocutores, o deputado federal Da Vitória (PP) e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos).

O nome de Amaro Neto era apontado para disputar a Prefeitura da Serra, mas, nos bastidores políticos, essa movimentação passou para plano inferior, com a entrada em cena do ex-prefeito Audifax Barcelos (sem partido), assediado pelo PP do deputado Da Vitória e o Podemos de Marcelo Santos, que pode se filiar ao MDB. Ex-candidato derrotado ao governo, Audifax também tem conversado com o PL. 

Messias Donato, embora não seja apontado entre concorrentes a cargos eletivos, figura na relação dos integrantes do bloco. Fora dessas movimentações, num processo de distanciamento observado desde a última campanha política, como afirmam observadores políticos, Amaro Neto tenta preparar terreno favorável a uma pré-candidatura a prefeito da Serra, onde tem domicílio eleitoral e que lhe deu mais de 10 mil votos na reeleição, em 2022.

As articulações do grupo no Espírito Santo, que visam tanto as eleições municipais de 2024 como as de 2026, se ligam a estratégias do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), cujas perspectivas apontam para uma disputa eleitoral que inclui prefeituras e governos estaduais e também a sucessão do presidente Lula. No Estado, os nomes que despontam nesse grupo, em aliança partidária, são Da Vitória, ao governo, e Marcelo Santos, à Câmara Federal.

Mais Lidas