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Nem Maquiavel imaginava

Para espanto geral dos milhões de fanzines no mundo todo, estudos recentes revelam que a Família Real Britânica não existe

Para espanto geral dos milhões de fanzines no mundo todo, estudos recentes revelam que a Família Real Britânica não existe. Tudo não passa de fake news, montagens feitas com artistas bem pagos para atrair turistas e enriquecer ainda mais o império onde o sol nunca se põe, mesmo nos dias de chuva. A família governante atual, os Windsors, sempre tiveram reis exóticos, como o Rei Leão, o Rei Arthur, Henrique VIII, que estão sempre nas telas dos cinemas, sinal de que a fórmula tem dado certo.

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Basta analisar atentamente as exuberantes exposições em público, de fazer inveja às nossas escolas de samba, as briguinhas tão corriqueiras quanto as dos vizinhos do andar de cima, os escândalos sexuais, os comportamentos escabrosos, os romances de filme B e tantos outros eventos que se descortinam ante os olhares perplexos do mundo, para perceber que as coisas ali são mais irreais do que os enredos criados pela ficção mais exagerada, com direito a efeito especiais. E aqueles chapéus, que devem estar transmitindo alguma mensagem extraterrestre. Quem você conhece que usa chapéu nos dias de hoje?

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Os roteiros têm de tudo: no capítulo mais atual desse conto de carochinhas, o ex-príncipe e agora “apenas” duque, popularmente chamado Harry + a esposa Meghan, espontaneamente abrem mão de alguns milhões de libras esterlinas recebidos anualmente sem precisar descascar uma batata ou bater ponto de 9 às 5h numa fábrica de coroas, e se mudam de mala e cuia, filho e cachorro, para o Canadá. Como se não bastasse a crise de desemprego que nos assalta. O governo do país anda perdendo o sono – vão arranjar emprego ou vão pedir assistência social?

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O moderno casal já divulgou que pretende se manter às custas do suor um do outro, o que é louvável, e provavelmente vai lhes garantir o próximo Nobel da Paz ou da Economia. Aguardemos. Enquanto isso, estou pensando em enviar algumas sugestões para o jovem casal se estabelecer de vez e garantir o sustento da família sem ter que recorrer à poderosa mamãe quando o baby precisar de aparelho nos dentes.

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A solução óbvia para obter uma fonte de renda com retorno mais rápido e garantido, nesse caso, é publicarem um livro. Se tem um monte de gente sem pedigree ganhando rios de dinheiro para expor os segredos e fuxicos da família real mesmo sem nunca ter entrado em Buckingham, imagina se alguém íntimo e de total confiança, que pode até usar o banheiro da rainha se houver fila nos outros 300 banheiros do palácio, resolver abrir o bico. O best seller do ano.

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A segunda opção seria a televisão: imagina um seriado ou mesmo um filme com Harry & Meghan nos papéis principais. Quem não correria para ver? Uma história de Cinderela ao contrário, onde ao invés da garota pobre virar princesa e ir morar no palácio, é o príncipe que se transforma em povo e vai morar no prédio ao lado. Campeão de bilheteria, Oscar na certa. Experiência ela já tem, e acho que ele se adaptaria facilmente ao papel: quem viveu sob aquele rígido protocolo aguentaria até salário mínimo.

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A terceira opção, não tão lucrativa mas talvez mais nobre, seria uma indicação do Commonwealth para Harry ser o próximo Embaixador da Inglaterra no Canadá. A nomeação abriria aceitáveis precedente para os filhos de outras autoridades máximas de países outros ocuparem um cargo de alto prestígio para os quais não foram preparados. Mesmo que Harry jamais tenha fritado um único hambúrguer, qualidade não recomendada por Maquiavel para a educação de um príncipe.

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Ups! Mesmo antes da coluna ser publicada, o ex-príncipe e agora desempregado Harry foi visto na Disney pedindo emprego para a esposa Meghan. Ofício: voz para desenho animado. Não duvido que a moça tenha uma bela voz e experiência televisiva, mas daí se infere que nosso famoso sistema “panelinha” funciona também nos anais da realeza. Aguardemos, pois esse imbróglio parece que vai dar filme. 

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