O Reverendo Moon fundou a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial, dentre outras associações espalhadas no mundo. Tem como obra em livro principal a Exposição do Princípio Divino. Umas de suas funções conhecidas era a de celebrar casamentos em massa. Moon também foi dono de um conglomerado bilionário na área de comunicações, de automóveis, remédios, armas, turismo, publicidade e outras atividades mais.
E o Reverendo Moon decidiu comprar terras no Mato Grosso do Sul e também do lado paraguaio, e nos anos 1990, o Reverendo Moon iniciou um projeto de fazer da cidade de Jardim uma colônia coreana, para onde afluíram tanto coreanos como japoneses. Pelos seus métodos de doutrinação, o Reverendo Moon foi proibido de entrar no Reino Unido em 1995, e em 1982 foi preso nos Estados Unidos por suborno de parlamentares, sonegação fiscal e especulação acionária.
A Igreja da Unificação foi fundada pelo Reverendo Moon em Seul, na Coreia do Sul. O livro sobre o Princípio Divino foi a base da teologia desta igreja, e tal doutrinação passa pela ideia de que Deus, através de Jesus, escolheu o Reverendo Moon para concluir a missão de Jesus, como uma espécie de segundo advento para terminar o trabalho do Messias.
As controvérsias do movimento de Unificação passam pela política, como nos temas da reunificação coreana e do anticomunismo, sendo um movimento criticado por eruditos judeus e também cristãos, e Moon e sua esposa foram também proibidos de entrar nos países signatários do Acordo de Schengen, como a Alemanha, por exemplo.
A igreja do Reverendo Moon no Brasil começou a ser investigada pela Polícia Federal em dezembro de 2001, com suspeitas de lavagem de dinheiro, uso de documentos falsos, estelionato e problemas trabalhistas, em 2002 chegou a ter uma operação de busca e apreensão tanto em São Paulo como no Mato Grosso do Sul.
No município de Jardim, o Reverendo Moon chegou a ser considerado como Deus, com um projeto de erguer ali o Reino dos Céus na Terra. Para os fiéis do Reverendo, ele é o Verdadeiro Pai, e sua esposa, Hak Ja Han, a Verdadeira Mãe, e tudo que diz respeito à seita, por fim, é entendido pelos fiéis como “Verdadeiro”.
A fazenda Nova Esperança, por sua vez, no município de Jardim, foi fundada para virar um verdadeiro paraíso terrestre, e com diversos workshops, o Reverendo Moon consegue fazer a combinação de religião com finanças, com o Reverendo, que tinha como objetivo tornar Nova Esperança num modelo autossuficiente de criação de animais e de lavouras, indo dali para todo o Mato Grosso do Sul, para o Brasil, América Latina e dali para o mundo.
O Reverendo Moon fundou a Igreja da Unificação em 1954 para concluir a missão que Jesus lhe confiou quando o mesmo lhe apareceu quando o Reverendo tinha 16 anos. Moon aparece então aos seus fiéis como o novo Messias, com a função de mostrar a salvação por meio da família.
Contudo, essa imagem de entidade espiritual só vigorava dentro de seu círculo de ação, pois na própria Coreia ele já era acusado de orgias sexuais. Depois nos Estados Unidos tiveram novas denúncias, como citei acima neste texto. Mas, mesmo diante de problemas com a Justiça, o Reverendo Moon conseguiu fundar um império de empresas diversas.
O cálculo da fortuna do Reverendo Moon em vida, no seu auge, é um caso obscuro, ele tinha tanto o patrimônio próprio, como tinha ajuda financeira para o movimento de empresários japoneses e coreanos. Pode ser que a fortuna do Reverendo Moon chegasse a somar cerca de US$ 8 bilhões, com aportes nos Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão. E grande parte desta fortuna foi aplicada no projeto utópico no município de Jardim.
E o Reverendo usou seu poder econômico para seduzir os populares da região, muitos evangélicos e católicos, por exemplo, e que tiveram chance de emprego graças ao Reverendo, sendo assim um meio de cooptação e de conversão à igreja do Reverendo. O Reverendo Moon morreu em três de setembro de 2012, de pneumonia.
(Obs : Caros leitores, estou saindo de férias e retorno em fevereiro de 2020, para encerrar esta série sobre os gurus e trazendo novidades para a coluna, boas festas!)
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.