O filme Com amor, Van Gogh, exibido pela Netflix, é resultado de uma parceria entre Reino Unido e Polônia e traz a vida do artista Vincent Van Gogh sob um ponto de vista diferente, na verdade, sob vários pontos de vista.
O filme conta com o trabalho de cem artistas que intentaram copiar o estilo do pintor Holandês. Cada qual a sua maneira, é interessante notar as nuances e mudanças no traço com o decorrer do filme.
Diferentemente do que se possa imaginar, o filme não foca exclusivamente no artista Van Gogh e não se trata de um filme sob a perspectiva dele, mas das pessoas que conviveram com ele em vida, de suas relações pessoais, e sobre a repercussão que sua excentricidade e suposta loucura causava entre os locais.
Os atores interpretaram papeis de gente conhecida do artista, sabemos da existência deles graças aos autorretratos presentes nos créditos finais, todos pintados por Van Gogh durante os oito anos de intensa produtividade.
1891. Um ano após o suicídio de Vincent Van Gogh, Armand Roulin (Douglas Booth) encontra uma carta enviada por ele ao irmão Theo, que jamais chegou ao seu destino.
Roulin indaga numa conversa com o pai, carteiro e amigo pessoal de Van Gogh, as possíveis razões para o suicídio. As opiniões sobre as motivações que o levaram ao pecado infame são divergentes. Com o incentivo do Pai, Roulin viaja pela França, numa verdadeira investigação em estilo policial para entrevistar as pessoas próximas de Van Gogh e descobrir por si mesmo quem era o artista louco e negligenciado.
À medida que assistimos ao filme, as dúvidas não cessam, pelo contrário, elas aumentam, visto que somos bombardeados por várias versões sobre o mesmo fato.
O final é enigmático, não sabemos o que de fato aconteceu. A história oficial pode parecer para muitos a resposta mais cômoda, mas as outras versões também nos oferecem argumentos plausíveis.
Terminei o filme com a sensação de que cada espectador deve encontrar sua própria versão para história.