Sexta, 29 Março 2024

Ameaçado de morte, Contarato aciona a polícia e diz que governo dissemina ódio

Ameaçado de morte, Contarato aciona a polícia e diz que governo dissemina ódio

Ao representar criminalmente nessa terça-feira (3) contra o auditor fiscal do município da Serra José Nicodemos Venturini, por tê-lo ameaçado de morte, o senador Fabiano Contarato (Rede) considerou a ocorrência como resultante do clima de ódio disseminado no País pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. 



Em dois vídeos, o agressor diz ser eleitor “fanático” de Contarato, esclarecendo que mudou seu comportamento depois da atuação do senador na sessão especial do Senado, dia 19 de junho, que criticou o ministro da Justiça, Sergio Moro, acusando-o de quebrar o princípio da imparcialidade, quando juiz da Operação Lava Jato. 



A suspeição de Moro veio à tona depois da publicação de reportagens do site The Intercept, editado pelo jornalista norte-americano Glenn Grennwald. Nas matérias, são reveladas discussões internas e “atitudes altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da força-tarefa” da Lava Jato, entre o procurador que coordenou a operação, Deltan Dallagnol, e o atual ministro da Justiça, Sergio Moro.



“É lamentável e, sinceramente, acredito que a ameaça [comprovada em áudios] é a reverberação de um comportamento do Poder Executivo, que inverteu as coisas e, ao invés do amor, dissemina o ódio”, disse o senador.



Nos dois áudios divulgados nesta quarta-feira (3), Venturini, em tom descontrolado, profere xingamentos relacionados ao crime de homofobia e afirma que o senador será tratado na “porrada”. 



O senador vai entrar com ação indenizatória por dano moral e acionou a Polícia Federal e a Polícia Legislativa do Congresso Nacional. Também vai requerer a instauração de processo administrativo disciplinar junto à Prefeitura da Serra.



“Fui atacado moralmente, inclusive com conotações de homofobia, e isso é muito grave”, pontuou o senador, lembrando que ao inquirir o ex-juiz Sergio Moro, no Senado, exercia uma função legal, dentro de um Estado Democrático do Direito.



“Sou um defensor da Lava Jato, mas ela não pertence a uma pessoa, é impessoal, quer ele [Moro] queira ou não”, afirma o senador, passando a apontar para o presidente Jair Bolsonaro, “eleito por meio de um processo democrático, mas que viola essa representatividade governando por decretos antidemocráticos”. 



Com na sessão especial do Senado, o senador Fabiano Contarato deixou claro o apoio à Lava Jato, "um divisor de águas, pois, finalmente, os corruptos, os ricos, os intocáveis foram investigados, responderam à Justiça e foram condenados".



No entanto, para o senador, houve violação ao princípio da imparcialidade, a ética, a Constituição Federal, o Código de Processo Penal, a Lei da Magistratura e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.



O auditor fiscal José Nicodemos Venturini, autor das ameaças, foi candidato à Prefeitura da Serra pelo Partido da Pátria Livre (PPL) nas eleições de 2016, mas teve a candidatura indeferida na Justiça Eleitoral. Em 2013, ele foi eleito presidente do Vitória Futebol Clube, na capital do Estado. Procurado no número do celular que ele, aos gritos, informou no áudios com as ameaças, o auditor não atendeu às ligações, até o fechamento desta matéria.

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