Quinta, 18 Abril 2024

Auditores do Estado fazem Dia de Luto contra desmonte da Receita Federal

Auditores do Estado fazem Dia de Luto contra desmonte da Receita Federal

Os auditores fiscais da Receita Federal no Espírito Santo promovem nesta quarta-feira (21) um protesto denominado Dia de Luto contra o desmonte da instituição, por meio de ações que envolvem órgãos do governo e o Supremo Tribunal Federal (STF). No início deste mês, o STF afastou de suas funções os auditores Luciano Francisco Castro e Wilson Nelson da Silva, lotados na delegacia do órgão em Vitória. 


“O afastamento dos auditores é apenas uma ponta do iceberg, a coisa é mais grave, um verdadeiro desmonte de toda a estrutura da Receita Federal”, destaca Luciano Teixeira, delegado no Espírito Santo do Sindifisco Nacional, entidade que organiza o protesto no país.  


“Ataques sem precedentes, que, sob os mais variados pretextos, visam deslegitimar e apequenar a atuação do Fisco brasileiro. Como numa ação o] orquestrada, representantes do governo federal, parlamentares, ministros do TCU [Tribunal de Contas da União} e da Suprema Corte têm mirado artilharias a um dos órgãos centrais da República, responsável pela arrecadação tributária federal, tão importante à manutenção do Estado, especialmente no atual momento de austeridade fiscal”, denuncia a entidade de classe, em comunicado distribuído nesta segunda-feira (19). 


Segundo Luciano Teixeira, 100 auditores da delegacia, 80 da Alfândega e aposentados participarão do Dia de Luto, que será iniciado às 10 horas, na nova sede da Receita, na avenida Beira Mar, na Capital. Todos deverão vestir-se de preto ou portar algum adereço na cor preta (lenços, tarjas, faixas etc.) que também remeta ao luto, como "ponto de partida para diversas outras ações que buscarão defender a classe e a Receita Federal das recentes ofensivas". 


“Não podemos assistir passivamente à arrogância de quem, ao tentar acusar a Receita e os auditores de exorbitarem atribuições, exercem todo o poder fora dos limites da lei para ferir de morte o órgão e suas autoridades fiscais. De tão afrontosa essa situação, a grande imprensa tem denunciado os excessos e se posicionado a favor da livre atuação do órgão, bem como a sociedade tem se manifestado favoravelmente aos auditores nas redes sociais”, afirma o comunicado do Sindifisco.


“A Receita Federal é um órgão de Estado, não de governo”, ressalta Luciano Teixeira”, ao comentar a intromissão de órgãos governamentais no desempenho da instituição. Nesta segunda-feira, foi demitido João Paulo Ramos Fachada, subsecretário-geral da Receita Federal. Servidor de carreira, ele era o "número dois" da Receita, na prática, responsável pela gestão do dia a dia do Fisco. 



Na semana passada, pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro pediram ao superintendente da Receita no Rio de Janeiro, Mário Dehon, a troca de delegados chefes de duas unidades - a delegacia da Alfândega da Receita Federal no Porto de Itaguaí e da Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro II, na Barra da Tijuca.



“A suspensão de investigações da Receita Federal para blindagem de agentes públicos, a mordaça imposta ao Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras], os injustos questionamentos do TCU quanto à remuneração dos auditores, os puxadinhos à Lei do Abuso de Autoridade, as tentativas de ingerência políticas do Planalto e as consequentes exonerações e afastamento de servidores precisam, urgentemente, encarar uma forte reação da classe”, aponta o comunicado. 

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Sexta, 19 Abril 2024

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