Quinta, 18 Abril 2024

Bordados contam lendas indígenas na exposição Espelhos da Lua

Bordados contam lendas indígenas na exposição Espelhos da Lua

Foi de um duplo reencontro consigo mesma que surgiu a exposição Espelhos da Lua, de Gleciara Ramos, que estreia nesta quinta-feira (18), às 20h, na Galeria Virgínia Tamanini, no Centro de Vitória. Nascida no Rio de Janeiro, mas criada no Espírito Santo, a artista visual viveu parte da infância na Amazônia, região que voltou a visitar como parte de sua pesquisa artística em busca de diálogo com a cultura indígena da região. O resultado é uma série de 130 bordados, hábito que retomou também para expressar-se artisticamente.


A relação da lua com o feminino, com as lendas indígenas e também com as luzes e sombras - que chama atenção de Gleciara por seu envolvimento com o cinema, por meio do cineclubismo - trouxeram o nome para a exposição, que fica na galera até o dia 30 de agosto, com visitação de 14h às 18h, como parte da pré-programação do Festival de Cinema de Santa Teresa (Fecsta), que acontece em agosto.


"O bordado se tornou uma forma muito interessante, porque ele liberta a intuição para poder entender a cultura amazônica. Ir aos lugares me dava condições de começar a entender. E o lado reflexivo que o bordado também dialoga com a questão do trabalho artesanal de tecer as coisas, tecer a vida", comentou a artista plástica.


São pequenos bordados que não são isolados. Em conjunto, eles tecem histórias que remetem às lendas amazônicas. A exposição dos bordados se darão dentro de duas espécies de malocas também bordadas, lembrando o local de residência dos povos originários. "A última delas ainda está em aberto, dialoga muito comigo mesma e eu ainda não cheguei no ponto de achar que ela deva ser fechada", diz sobre a obra, que sugere bordados inacabados, com linhas e agulhas que permitem quem quiser sentar e dar continuidade. Outros bordados estão expostos em forma de cinco flautas, lembrando o instrumento musical comum entre as comunidades amazônicas.


Gleciara explica que a cultura indígena amazônica não é baseada em filosofia como o ocidente, lembrando a origem etimológica da palavra, que remete a conhecimento entre amigos (do latim, philos + sophia). "O saber amazônico busca muito mais compreender o diferente, o inimigo, para sobreviver", afirma. Aborda ainda o mito das roupas da terra, que considera que tudo tem espírito, por isso, os indígenas buscam vestir as formas corpóreas dos outros seres, dançar e cantar com estas roupas, para dialogar com estes espíritos.


AGENDA CULTURAL


Inauguração da exposição Espelhos da Lua, de Gleciara Ramos


Quando: Quinta-feira, 18 de julho, às 20h


Onde: Galeria Virgínia Tamanini - Rua Comandante Duarte Carneiro, 38 - Centro, Vitória/ES

 

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