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Cinema nos trilhos em Cachoeiro de Itapemirim

Em 1895, um vídeo de menos de um minuto dos irmãos Lumière inaugurava uma nova era. A Sétima Arte, o cinema, surgira com a exibição de um filme que mostra o embarque e desembarque na estação de trem.  “Há toda uma relação de afeto entre trem e cinema que nos levou a montar uma mostra de filmes que trazem como elemento principal ou secundário o trem”, diz Ériton Berçaco. Ele é um dos produtores da mostra “Pare, olhe, escute”, que acontece nos dias 12 e 13 de outubro, em Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado).

Antigamente, era pelo trem que os rolos de filme chegavam para os cinemas dos interiores do país. Os trilhos também ajudam as câmeras a simular movimentos. Cachoeiro de Itapemirim, uma cidade próspera do interior capixaba, deveu muito de seu progresso e história à via férrea que a conectava com o resto do país. “A estação ferroviária é um local histórico, mas esquecido pela população”, atenta Ériton. É lá na antiga Estação Ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim, que comemora 115 anos, que acontece o festival.

A Mostra recebeu mais de 60 inscrições e selecionou filmes de curta e longa-metragem para serem exibidos durante os dois dias, quando também acontecem oficina, mesas redondas, solenidades e premiação.

Entre os destaques da programação estão o longa-metragem O filme da minha vida, de Selton Mello. Outro longa-metragem Viola Perpétua, de Mário de Almeida, também será exibido. Na mostra competitiva, 14 curta-metragens de oito estados brasileiros e da Holanda concorrem ao Prêmio Luz, que faz uma dupla referência à imagem da “luz do fim do túnel”, e à Luz del Fuego, nome artístico de Dora Vivacqua, uma cachoeirense que faz parte da história do cinema nacional.

Por conta disso, a única obra da “Pare, Olhe, Escute” que destoa do tema das ferrovias é Divina Luz, de Ricardo Sá, que traz a história da atriz e dançarina em sessão especial. Depois de circular por festivais de cinema no Brasil e até na França, o filme será exibido pela primeira vez em Cachoeiro. Após a sessão, haverá bate-papo com a produtora da obra, Monica Nitz.

Dentro da programação ainda haverá oficina de roteiro para cinema com os cineastas Paulo Sena e Emerson Evêncio, lançamento de livros e conversa sobre Literatura e mesa redonda sobre Mídia e Poder. Na Sessão Túnel do Tempo, serão exibidos vídeos da antiga Estação de Trem de Cachoeiro de Itapemirim, com presença de ex-ferroviários e uma conversa com Rogelio Pegoretti Caetano Monteiro, secretário de Fazenda de Cachoeiro, que falará sobre a ferrovia Vitória x Rio. As inscrições para oficina e mesas de conversa devem ser feitas pelo e-mail [email protected].

“Nesse primeiro momento, a temática do trem é importante, mas a ideia é que futuramente a mostra possa ter um olhar diverso, com outras temáticas. Esperamos que possa se consolidar em Cachoeiro e também expandir de forma itinerante para outras estações de trem do Espírito Santo”, explica Ériton Berçaco.

AGENDA CULTURAL

Mostra de Cinema “Pare, olhe, escute”

Onde: Estação Ferroviária de Cachoeiro de Itapemirim

Quando: 12 e 13 de outubro

 

Programação

12/10 (sexta-feira)

10h as 13h Oficina de roteiro para cinema – com os cineastas Paulo Sena e Emerson Evêncio

14h30 Mostra competitiva de curtas-metragens

“Painho e o trem”, de Mery Lemos, PE

“A bordo”, de Davi Mello, SP

“Paralelas de aço”, de Rechid Waqued, MS

16h Vagão Literário

Leitura e conversa sobre Guimarães Rosa e Rubem Braga – com Beatriz Fraga, especialista em Literatura e Mestre em Educação, e Maria Elvira Tavares Costa, contadora de história.

Após o bate-papo, lançamento dos livros “Outro Sertão”, de Paulo Sena;  “Os incontestáveis” e “Ponto morto”, de Saulo Ribeiro.

18h Solenidade de Comemoração dos 115 anos da Estação Ferroviária

19h Mostra competitiva de curtas-metragens

“Lindeiras”, de Bruno Saphira, BA

“Contos Ferroviários”, de Everton V. de Souza, MG

“Pare, olhe, escute”, de Carlos Augusto e Zé, RJ

“120 segundos”, de Rafael Cruz, Holanda

“Não me deixe aqui sozinha”, de Marcoz Gomez, ES

20h30 Mostra Longa – filme “Viola Perpétua”, de Mário de Almeida

13/10 (Sábado)

9h as 12h  Oficina de roteiro para cinema, com os cineastas Paulo Sena e Emerson Evêncio

14h  Sessão “Túnel do tempo” – Mostra de vídeos sobre a antiga Estação de trem de Cachoeiro de Itapemirim, com a presença de ex-ferroviários.

Conversa sobre a Ferrovia Vitória X Rio com Rogelio Pegoretti Caetano Monteiro, Secretário de Fazenda de Cachoeiro

15h30 Mesa-redonda “Mídia e poder”, com Franciani Bernardes, doutora em Ciências da Comunicação, fazendo uma análise sobre o poder da mídia na conjuntura atual

17h Sessão “Luz” – Exibição do curta-metragem “Divina Luz”, de Ricardo Sá, filme sobre a ilustre cachoeirense Luz Del Fuego. Após a exibição, bate-papo com Monica Nitz, produtora do filme

19h Mostra competitiva de curtas-metragens

“O trem do amor”, de Vanda Berger, ES

“Sobre dormentes, estamos acordadas”, de Facção Feminista Cineclube, RJ

“A luta”, de Bruno Bennec, MG

“Larfiagem”, de Gabi Bressola, SC

“Estranha criatura”, de Rosângela Iglesias Pereira, MG

“Camelôs”, de Milena Manfredini, RJ

20h Mostra Longa – filme “O filme da minha vida”, de Selton Mello

22h  Premiação – os melhores filmes da mostra competitiva receberão o troféu Luz

Inscrições: Interessados em participar da oficina de roteiro e nas mesas de bate-papo, enviar e-mail para [email protected].

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