Quinta, 28 Março 2024

De novo, a OAB


Em mais um capítulo do caso Capitão Assumção, o silêncio inicial do plenário da Assembleia Legislativa deu lugar a três pronunciamentos nesta terça-feira (17). Do próprio militar, do líder do governo Enivaldo dos Anjos (PSD), que já havia defendido Assumção na Comissão de Segurança, e de Vandinho Leite (PSDB). Todos contra a cassação ou qualquer punição ao deputado, "investigado" pela Corregedoria-Geral por quebra de decoro, após incitação ao crime e infração ao Regimento Interno da Casa. Assim como fez Enivaldo nessa segunda, para defender o colega, os deputados viraram o alvo para a Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-ES), comandada por José Carlos Rizk, que acenou para a possibilidade de tomar outras providências na Casa. O líder do governo condenou a “articulação de grupos e a atitude da OAB, que não deveria se meter na Assembleia, pois já tem muitos problemas”, citando a prisão do advogado do Primeiro Comando de Vitória, “advogado que rouba terra de viúva pobre, que manda mantar os outros, e envolvido com crime organizado”. Vandinho logo fez coro: “O que a OAB tem com isso?”, perguntou, mirando também na categoria. “Tem advogado que não tem o menor pudor em receber dinheiro de bandido”, completou. Já Assumção, o último a falar na sessão, repetiu conteúdo de vídeo divulgado em suas redes, em que disparou contra a OAB, “a extrema imprensa e a facção criminosa do Psol”. Neste dia em que foi registrado, também, mais um capítulo do caso envolvendo o procurador-geral de Justiça, Eder Pontes, e o deputado Sergio Majeski (PSB), inevitável a comparação. Os deputados até agora não partiram pra cima do MPES, de fato, como fazem agora com a OAB. Ainda dá tempo... 


Empenhados 

Embora a lei não se limite a esse ponto, para Enivaldo, qualquer parlamentar, seja da Assembleia, Câmara ou Senado, só pode perder mandato por corrupção. Já Vandinho, que nem da Corregedoria é, se propôs a relatar o caso em defesa de Assumção no lugar dos deputados que têm corrido da missão – leia-se Hudson Leal (Republicanos) e Torino Marques (PSL).


Direção

No mesmo discurso, para não dizer que passou batido pelo assunto, Enivaldo citou que “deputado não tem que ter medo de Procuradoria, de ninguém”. No final de agosto, quando resolveu defender Majeski, destacou a liberdade de expressão, pediu respeito e que Eder revisse sua posição. Mas parou por aí, embora a polêmica ainda se desenrole. Sobre Assumção, já fez duas defesas consecutivas e dá direção aos demais parlamentares.


Muito menos

Aliás, ao contrário desta terça, ninguém pegou o embalo da fala de Enivaldo na época em favor de Majeski, muito menos Vandinho e Assumção.  Iriny Lopes apareceu dias depois, fechando aí a conta: 27 Eder x 3 Majeski.


Apostas?

Nesta terça, o Tribunal de Justiça devolveu para Eder o procedimento contra Majeski, cabendo a ele a decisão de processar o deputado por calúnia e difamação. O procurador também recebeu, após solicitação, a lista de pessoas (oi?) que estiveram na Assembleia e acompanharam a votação do projeto que criou 307 cargos comissionados no MPES. Dois assuntos muito relevantes para discursos dos deputados. No aguardo...


Que fase!

Voltando em Vandinho, a proposta do governador Renato Casagrande de entregar a área da Saúde para uma fundação estatal, o que reduziria o papel das Organizações Sociais (OSs), foi tratada pelo deputado como “questão ideológica”. Ele ligou a medida ao PCdoB, partido do secretário estadual Nésio Fernandes, que veio de Tocantins para assumir o cargo. Ai, ai...


De mal a pior

Vandinho disse que o modelo de fundação é falido. Ué, e o das OSs, que administram os hospitais, uma maravilha? O Estado é exemplo claro do descaso, da falta de transparência, além do mais grave: denúncia e mais denúncias de irregularidade, mortes e corrupção. 


Reação

Após o discurso, que citou também a situação do Hospital Infantil, Dr. Hércules lembrou que não era o líder do governo, mas repetiu que o problema é antigo. “Tem gente que só está vendo agora”, cutucou.


Licenças

O deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) está fora da Assembleia Legislativa por 40 dias. Requerimento de licença para tratamento de saúde foi lido na sessão ordinária desta terça, com início um dia antes, quando também se ausentou Euclério Sampaio (sem partido), que sofreu um infarto e está internado. Que tenham rápida recuperação!


Bom proveito

Na concorrida visita ao Estado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nessa segunda-feira (16), a deputada federal Norma Ayub (DEM) conseguiu gravar um vídeo em que ele se comprometeu a voltar para visitar os hospitais da região sul, seu reduto eleitoral. O ministro não esqueceu de falar de Marataízes, onde Norma é cotada para disputar a prefeitura em 2020. 


Palanque

A propósito, o DEM, partido que a deputada comanda por aqui ao lado do marido Theodorico Ferraço, realiza mais um encontro no município nesta sexta-feira (20), para discutir o processo eleitoral. Na última vez que a deputada esteve por lá, para convenção partidária, foi recebida com cartazes de “Norma prefeita”.


PENSAMENTO:

“O homem é um animal político”. Aristóteles

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