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Deputados rebatem críticas de empreendedores e apontam maus empresários

O deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), líder do governo na Assembleia Legislativa, voltou suas baterias nesta segunda-feira (7) para empresários que não pagam Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nem empréstimo ao Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), criticou a Samarco, Vale, fundação Renova, EDP Escelsa e ainda disse que a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) só “faz lobby para beneficiar esta e aquela empresa e prejudicar a maioria”.  

O pronunciamento foi em resposta a críticas de investidores que estariam preocupados de fechar negócios no Espírito Santo porque alguns deputados têm dito coisas que estão assustando empreendedores, de acordo com informação veiculada em A Gazeta. O texto cita, além de Enivaldo, os deputados Capitão Assumção (PSL) e Euclério Sampaio (sem partido). 

“Já vi o poder econômico sonegar imposto, tratar os empregados como escravos, já vi empresas no Espírito Santo pegar dinheiro no Bandes, não pagar e por isso o Bandes tem mais de R$ 600 milhões para receber de empresas aqui do Estado. Já vi empresários que inclusive ficam na Praia do Canto frequentando bons restaurantes, mas que não pagam ICMS nem empréstimos”, disse Enivaldo.

Depois, o deputado disse que “já basta o diretor-presidente da Findes [Federação das Indústrias], que é um rapaz chamado Leonardo [de Castro], que quando você fala aqui, como o deputado Vandinho [Leite, PSDB] falou em defesa da população contra os abusos da Escelsa, ele começou a rodear a Assembleia e vir visitar o presidente”. 

Enivaldo dos Anjos citou várias empresas em seu discurso e chamou a concessionária ECO 101 de “safada”: “Se não podemos falar da Escelsa, que rouba a população; se não podemos falar dessa falta de investimento na segurança para salvar a população, do que vai valer o mandato de deputado?”, questionou. 

O parlamentar prosseguiu: “Sei o que aconteceu no Estado desde que a terra era devoluta e algumas pessoas espertas aqui apanharam as terras todas e colocaram no nome deles. Largo a liderança do Governo se for preciso, largo a relação com quem quer que seja mas vocês não me desmoralizam para proteger a Findes, Eco 101, Renova, porque estão preocupados agora porque estamos apertando o pessoal da Renova?” 

“Essa Renova é um grupo de ladrões montado pela Vale para não pagar o prejuízo que deu ao Espírito Santo e às pessoas”, pontuou, referindo-se aos crimes ambientais da Vale e da fundação Renova, criada para administrar os prejuízos provocados pelos crimes ambientais, que é alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia.  

 

“Nós queremos defender quem tem dinheiro para receber da Renova e a empresa está  começando a querer dizer que nós estamos beneficiando os advogados das pessoas que levaram prejuízo. Ora, e quem eles estão querendo defender então para não pagar?! Quem eles estão querendo defender?” , pontuou. 

“Quem mora na Grande Vitória sabe o tanto de poeira que varre, que cheira, que come no meio do alimento. E essa poeira da Vale é diferente porque ela não é branca, mas faz tão mal quanto a poeira branca da cocaína. A Vale tem uma fábrica de cocaína no Espírito Santo, só que de cor preta, que mata por dentro, corrói o coração, o fígado, o estômago e o sentimento e o direito do cidadão capixaba de ter uma vida livre”, ressaltou o deputado.

O discurso do parlamentar foi sequenciado por pronunciamentos dos deputados citados na publicação, Euclério e Capitão Assumção, e ainda da deputada Iriny Lopes (PT), Vandinho Leite (Rede), Marcelo Santos (PDT) e do presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), que se solidarizou com os colegas e criticou duramente a afirmação. 

Depois de enaltecer o trabalho do legislativo, Erick defendeu que a Assembleia feche suas portas para o empresariado. “Se querem respeito, tem que nos tratar com respeito. Nós não vamos nos calar”, rebateu.

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