Quinta, 18 Abril 2024

Economista aponta causas da crise e diz que eleições de 2020 estão em risco

Economista aponta causas da crise e diz que eleições de 2020 estão em risco

Ex-coordenador do mestrado em Economia na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Doutor em Ciências Econômicas, o economista Guilherme Henrique Pereira condena a falta de planejamento do governo federal , que “pode levar à ausência de eleições em 2020 por conta do aprofundamento da crise econômica e social”, e criticou o comportamento egoísta de partidos políticos, que “não pensam o Brasil”.


Para o professor, essa situação atinge a todos os estados. Ele ressalta que o Espírito Santo, por vários fatores, inclusive o geográfico, poderia estar em melhor posição, mas, no entanto, se mantém como “vendedor de café, frutas e produtos semi-acabados, sem valor agregado”. Isso é resultante, segundo o professor, da falta de visão dos governos para estimular a produção de conhecimento. 


“Acho que o Espírito Santo conseguiu fazer a industrialização, mas se manteve nessa linha, sem avançar, com um modelo que vem desde a implantação dos projetos de impacto, que ainda hoje sustentam a economia capixaba. 


Guilherme acredita que esse modelo, em termos de país, favoreceu o aprofundamento da crise e estimulou o aparecimento de lideranças políticas descompromissadas com questões fundamentais da vida do cidadão brasileiro.


“Esse comportamento egoísta, de pensar somente em eleições para garantir mandatos. Hoje, existe uma briga pelo mandato, que provocou uma configuração mais aguda de atraso, resultando no fortalecimento de lideranças nocivas à Nação". 


Políticos inexpressivos do chamado baixo clero e líderes religiosos hoje estão no poder, dirigindo os destinos do país, sem qualquer preocupação em estimular o conhecimento e, principalmente, de “pensar e debater o seu Estado, o seu município, o seu país”. 


“A mediação terá que ser política, para superar a crise do atraso, que gerou outras crises, todas elas misturadas no governo federal”, comenta o professor, que identifica as origens da crise desde que o país de modernizou, com a introdução da inovação tecnológica, nos anos 80.


 “Não construímos massa crítica para avançarmos e não internalizamos o conhecimento e assim fortalecemos a ideia central é que o Brasil deve ser  fornecedor de matéria-prima, ainda hoje", diz.  


“Esse atraso se reproduz na política e é fruto de dois lobbies poderosíssimos: o financista e o agronegócio, que é mostrado como a riqueza do Brasil em peças publicitárias de uma emissora de televisão”, afirma o professor Guilherme, que aponta como consequência direta os baixos salários e a enorme concentração de terra. 


“É o modelo seguido pelo Paulo Guedes (ministro da Economia), que representa o que existe de pior do liberalismo conservador, com a seguinte lógica: quem conseguir vai se dar bem, quem não obtiver êxito pode até morrer”, lamenta. 


A relação da classe política com as questões apontadas como geradoras da crise que atinge o Brasil atualmente é tema do livro “Economia, governo e suas políticas”, de autoria de Guilherme, lançado em dezembro de 2018..  

 

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