Ancestralidade, Saúde Coletiva e Direitos da Natureza são três expressões chaves do III Encontro de Cultura Ancestral de Areal, comunidade localizada em Linhares, na região da foz do Rio Doce, norte do Estado. O evento acontece entre os dias 15 e 18 de novembro e deve contar com cerca de 150 participantes dentro de uma construção colaborativa.
Impactada pelo monocultivo, pastagem, exploração petrolífera e mais recentemente o crime socioambiental da Samarco/Vale/BHP, a comunidade de Areal luta por reconhecimento de sua herança indígena e busca o diálogo, intercâmbio e celebração com outras etnias.
Durante os dias de encontro, muitos saberes e experiências reunidas em prol da regeneração do Rio Doce a partir do conhecimento tradicional. Com organização do movimento Regenera Rio Doce, Comunidade Indígena de Areal e Aliança Rio doce e apoio de 25 comunidades e organizações sociais, o encontro reunirá afetados e parceiros, contando com presença de povos e etnias como os botocudos e krenaks, tupiniquins, guaranis, pataxós, quilombolas e povos do mangue.
A programação inclui três tipos de atividades. Durante as manhãs, os Espaços Integradores e de Cocriação vão contar com Roda de Partilha dos Saberes Tradicionais e Preparo Coletivo de Alimento Tradicional. Pela tarde as oficinas terão temas como Tradições para Crianças, Tinturas Orgânicas e Pintura Corporal Indígena, Modelagem e Queima de Cerâmica, Medicinais da Terra, Saúde Holística, Balaio e Esteira de Taboa, Cocar, Destilação de Óleo Essencial, Feitio de Casacas, Imersão Artística para Crianças, Imersão O que Há em Nós e Bordadura Afetiva, entre outras.
Durante as noites, devem acontecer diversas apresentações culturais ao redor da fogueira, como jongo, congo, coral guarani, ritos tupiniquim, roda de tambores, diálogo inter-religioso e cineclube.
Um dos organizadores, Hauley Valim, do movimento Regenera Rio Doce, destaca que neste edição o encontro deve somar novos povos e comunidades, como os quilombolas, raizeiros e benzedeiros da região do meio do Rio Doce, defensores das nascentes, entre outros.
“Nesse contexto de fragilidade de direitos das comunidades tradicionais, essa proposta a partir do afeto e afetividade busca fortalecer os laços necessários para que a gente possa superar os desafios que temos, principalmente os diretamente relacionados com os impactos provocados no Rio Doce. Vamos celebrar, festejar e pensar como podemos juntos superar as tensões e dificuldades que o contexto do rio e do país nos impõem”, explica Hauley.
AGENDA CULTURAL
III Encontro de Cultura Ancestral de Areal
Quando: 15 a 18 de novembro
Onde: Comunidade Indígena de Areal, em Linhares
Inscrições: https://goo.gl/forms/Ow7o7mSSkOn1SZ5N2
Mais informações: http://wikiriodoce.org/III_Encontro_de_Cultura_Ancestral_de_Areal