Quarta, 24 Abril 2024

Erick Musso agora busca 'juntar os cacos' diante da pressão do governo 

Erick Musso agora busca 'juntar os cacos' diante da pressão do governo 

Um dia antes de vencer o prazo estipulado pela Justiça Federal para dar explicações sobre a eleição antecipada da Assembleia Legislativa, nesta sexta-feira (6), o deputado Erick Musso (Republicanos) se articula para garantir que não se desfaça o grupo formado por 22 parlamentares que o apoiaram e assinaram a “Carta ao Povo do Espírito Santo”, com a qual ele renunciou à votação que estendia seu mandato de presidente até 2023. 


Nesta quinta-feira (5), ele esteve reunido com assessores mais próximos, para analisar a situação, a fim de traçar como enfrentar a pressão do governador Renato Casagrande (PSB), exercida por meio de instituições e atuação nas bases de parlamentares. O presidente da Assembleia agora ”tem que juntar os cacos”, segundo análise de uma liderança política, que coloca em dúvida a manutenção do grupo, considerando interesses partidários e a proximidade das eleições municipais de 2020.    


A começar pela explicação à ação civil pública impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que pede anulação da sessão da Assembleia realizada no último dia 27. Decidida de última hora, a sessão possibilitou a eleição de Musso e de seus aliados em chapa única, com o apoio da maioria dos deputados. Caso a ação da OAB seja acolhida, poderá resultar na suspensão parcial ou total da eleição da Mesa Diretora.



Depois da investida do governador Renato Casagrande, atuando com a ampliação de seu raio de influência em todos os setores, o presidente da Assembleia se vê diante da possibilidade de experimentar um período no qual o seu grupo apesenta forte tendência de encolher. A estimativa nos bastidores é que dos 22 que assinaram a carta, apenas 10 deputados permaneçam, e, mesmo assim, sem muitas garantias.


As eleições de 2020 estão às portas e o espectro do governador emite uma densidade muito mais intensa do que a provocada pelos poucos mais de 21 mil votos do deputado, mesmo levando em conta sua movimentação juntos aos prefeitos, a estrutura da Assembleia e apoios de outras lideranças, entre elas o deputado federal Amaro Neto (Republicanos).


Hoje, esse é o quadro, Casagrande conseguiu cortar no nascedouro um embate que poderia criar obstáculos à sua reeleição, em 2022, e que tem que ser rebatido a partir das eleições do próximo ano. Dos 10 deputados que estariam com Erick, seis são pré-candidatos a prefeito, em um cenário que deve passar por alterações, colocando-o numa posição ainda mais desconfortável. 


Nessa quarta-feira (4) Erick Musso recuou e resolveu renunciar ao resultado da votação que garantia a extensão do seu mandato até 2023. Em uma “Carta ao Povo do Espírito Santo”, subscrita por 22 deputados, ele justifica a medida para que se resguarde a “estabilização e harmonia entre os poderes”. A decisão, no entanto, não torna sem efeito a ação da OAB, pois a eleição ainda poderá ser realizada em data posterior, considerando a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a antecipação da disputa, prevista até então para 2021.

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