Escolha da diretoria do Sebrae-ES mexe com com o cenário político
A escolha da diretoria do Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae-ES), que deverá ocorrer até o dia 15 de dezembro próximo, movimenta os meios políticos, embora a entidade não tenha, aparentemente, ligação direta com a gestão pública. No entanto, o processo representa mais uma forma de pressão que o governador eleito, Renato Casagrande (PSB), tem que enfrentar.
O Sistema S, do qual o Sebrae faz parte, é controlado pelas federações patronais e movimenta elevados recursos financeiros no desenvolvimento de suas atividades, que estão concentradas nas áreas de consultoria empresarial e ensino profissionalizante.
No entanto, o Sistema S e as entidades a eles relacionados estão inseridos em áreas de influência da máquina pública, característica ampliada pela utilização de ações em plataformas políticas eleitorais de dirigentes patronais, seja como candidato a cargos eletivos ou apoiadores de outros.
O exemplo mais recente ocorreu nas eleições deste ano. O empresário Marcos Guerra, ex-presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), atual presidente do Conselho de Administração do Sebrae-ES, disputou sem sucesso uma vaga na Câmara Federal pelo PSL, partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro.
Concorrem ao cargo de superintendente do Sebrae-ES, com chances de Vitória, os empresários e dirigentes sindicais patronais Amarildo Lovatti, que teria o apoio do deputado federal Carlos Manato (PSL), Paulo Meneguelli, indicado pela Findes e com apoio do prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), e Pedro Rigo, com indicação de Renato Casagrande.
Além desses, ainda são citados Sandro Marculan, Evandro Millet e Luiz H. Trieto, que teria o apoio do deputado federal reeleito, Sérgio Vidigal (PDT). O atual superintendente, José Eugênio Vieira, que ocupa a função desde 2010, indicado pelo governador Paulo Hartung (sem partido), se movimenta para se manter no posto.
As eleições do Sebrae-ES, que tem uma previsão orçamentária de R$ 100 milhões, e salários da diretoria de R$ 22 mil para o superintendente e de R$ 20 mil para os outro dois diretores, ocorrem em meio a mais aguda crise interna da entidade, que provocou o afastamento do gerente técnico Mário Barradas e a abertura de uma auditoria por problemas na prestação de contas na área de consultoria empresarial.
O mandato será a partir de 2019, já na gestão de Renato Casagrande (PSB). Apesar de ter apenas dois votos no processo de escolha, o governo do Estado possui influência determinante na eleição da diretoria do órgão, que faz parte do chamado Sistema S.
Veja mais notícias sobre Política.
Comentários: