Grand finale

Cofre cheio, anúncios de obras, palestras, viagens ao exterior, delimitação de espaços no campo nacional e, para finalizar, livro! Nada mais previsível, tratando-se do governador Paulo Hartung (sem partido), do que deixar registrado, para eternidade, o mantra repetido insistentemente durante quatro anos de mandato antes de deixar o Palácio Anchieta, no final deste mês. Com o título Espírito Santo – Como o governo capixaba enfrentou a crise, reconquistou o equilíbrio fiscal e inovou em políticas sociais, a “obra” será lançada nesta quinta-feira (13), sem eventos, como ele afirmou em longa (e favorável) entrevista à Folha de S.Paulo nesta quarta (12). Haverá apenas a disponibilização para a compra online da versão digital na Amazon, por R$ 19,00 (bem acessível, para o mantra se espalhar). Nas declarações ao jornal sobre o livro, Hartung volta ao “sal grosso” e à tese de “Estado arrasado” após a gestão do então aliado e futuro governador, Renato Casagrande (PSB), faz referência à eterna pupila Ana Paula Vescovi, passa pela greve da Polícia Militar em um movimento de legítima defesa, além de transcorrer pelo período Dilma Rousseff até chegar na última eleição presidencial, em Jair Bolsonaro (PSL), na Reforma da Previdência e no seu “futuro promissor” como conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e  “voluntário na formação de líderes em organizações de renovação política, como o Renova e o Agora!”. De uma ponta a outra, como tudo indica, apenas “mais do mesmo”, que serve, no entanto, para valorizar o “grand finale” de Hartung. Na planície e ainda sem seu marketing tradicional, aí não dá!

Ache o erro 

Repare, mais uma vez, o título do livro: Espírito Santo - Como o governo capixaba enfrentou a crise, reconquistou o equilíbrio fiscal e inovou em políticas sociais. Você não leu errado, não. É isso mesmo, ele diz que inovou em políticas sociais.

Ache o erro II

Mais uma frase de Hartung sobre a “obra”: "Quem cuida das contas é que tem capacidade de cuidar das pessoas".  Lembrou o ditado, “Faça o que eu falo”...

‘Amado mestre’

Também à Folha, Hartung reforçou que tem sido procurado por governadores novatos eleitos para “dar conselhos”. Além de Romeu Zema (Novo-MG), como já havia dito nesta coluna, por Eduardo Leite (PSDB-RS).

Holofotes

Por falar em conselho do CNJ, o convite a Hartung feito pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, foi parar na imprensa, no site institucional...exatamente como o governador gosta!

Holofotes II

A troca de gentilezas e elogios rasgados entre os dois, também! O governador não poderia deixar passar em branco a cortesia e, claro, garantiu a concessão da mais alta honraria pelo Estado a Toffoli. Um encontro, sem dúvida, pra lá de produtivo.

Abrigo

A Coluna Estadão desta quarta-feira informa que o deputado federal Lelo Coimbra (MDB), derrotado na disputa à reeleição, não ficará a ver navios quando encerrar o mandato. Ele deverá receber abrigo no Ministério da Cidadania, de Osmar Terra, também deputado e correligionário (MDB-RS). 

Segue...

Quando Terra foi anunciado para o cargo, comentei aqui das suas relações com Lelo e o Espírito Santo, mais precisamente Santa Teresa. A mãe dele tem origem familiar no município, onde ele já morou (e também no Centro de Vitória, quando criança) e, no final do ano passado, em agenda do Ministério que ocupava antes, Osmar voltou até á, levado por Lelo.

Quem pode, pode

Notícias da Rádio Corredor da Cesan apontam que este ano se encerrará com mais vantagens para os gestores e diretores. A participação nos lucros e resultados deste seleto grupo não será mais calculada somente sobre o salário base, a partir de 2019 irá incluir a gratificação. Ou seja...

Quem pode, pode II

...como a gratificação gira em torno de R$ 5 mil, dizem nos bastidores que os gestores poderão ter uma renda extra de até R$ 11,7 mil. Enquanto isso, o limite de participação para os funcionários será reduzido de 15% para 11% do lucro.

PENSAMENTO:

“O público é muitíssimo tolerante. Ele perdoa tudo, menos o gênio”. Oscar Wilde