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Grito dos Excluídos acontece pela primeira vez em Cariacica

No ano em que se completam 30 anos do assassinato do padre Gabriel Maire, o Grito dos Excluídos de 2019 vai acontecer nos bairros de Porto Santana e Flexal, em Cariacica, local principal de atuação do religoso francês quando esteve no Espírito Santo. Será o terceiro ano consecutivo em que o Grito dos Excluídos capixaba acontece em bairros periféricos, já que em 2017 ocorreu na região do Território do Bem, em Vitória, e em 2018 na Grande Terra Vermelha, em Vila Velha.

O lema para este ano é “Este sistema não Vale”, reiterando as denúncias contra os crimes socioambientais que envolvem a empresa Vale, mas também ampliando a crítica a todo um modelo de desenvolvimento que coloca a vida em segundo plano em prol do aumento da lucratividade empresarial, mesmo que custe tragédias como as de Brumadinho e Mariana, esta, denunciada no Grito de 2016, quando os manifestantes estenderam uma imensa faixa marrom pela orla de Camburi representado a destruição do Rio Doce.

A organização nacional do evento, que conta com participação da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), aponta para uma conjuntura adversa para o povo mais empobrecido, com cerceamento de liberdades, perda de direitos conquistados, aumento do desemprego, retorno da fome e maior violência contra os setores populares. “Assim, o lema desta edição, mais uma vez, alerta para a insustentabilidade deste sistema. O Grito mantém sempre seu objetivo de defender a vida em primeiro lugar, anunciando a esperança de um mundo melhor e promovendo ações de denúncia dos males causados por este modelo econômico”, lembra o anúncio do evento.

Realizado nacionalmente desde 1995 por movimento religiosos e sociais, o Grito dos Excluídos acontece a cada 7 de setembro como forma de se contrapor às comemorações oficiais da Independência do Brasil, apontando para os problemas sociais e ambientais que persistem no país. “O Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna. O Dia da Pátria, além de um dia de festa e celebração, vai se tornando também um dia de consciência política de luta por uma nova ordem nacional e mundial. É um dia de sair às ruas, comemorar, refletir, reivindicar e lutar. O Grito é um processo, que compreende um tempo de preparação e pré-mobilização, seguido de compromissos concretos que dão continuidade às atividades”, afirma documento da coordenação nacional do ato.

 

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