Quinta, 25 Abril 2024

Helder Salomão diz que Dellagnol tem muito a explicar sobre a 'Vaza-Jato'

Helder Salomão diz que Dellagnol tem muito a explicar sobre a 'Vaza-Jato'

O deputado Helder Salomão (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, criticou o procurador-chefe da Operação Lava Jato, Deltan Dellagnol, por não ter comparecido para prestar depoimento sobre o escândalo gerado com a divulgação de conversas secretas entre o então ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro. 


“O Deltan tem muito que explicar à população brasileira, porque as coisas estão mais claras e a população tem o direito de saber o que aconteceu na operação Lava Jato”, disse o parlamentar em pronunciamento nesta terça-feira (9), na Câmara dos Deputados, referindo-se às reportagens que revelam ilegalidades cometidas por Moro, conhecidas como “Vaza-Jato”.  


Nesse mesmo dia, o site The Intercept divulgou áudio inédito indicando conluio entre o então juiz Sergio Moro e a equipe de investigação da Operação Lava Jato. No áudio, Dellagnol comemora a proibição da entrevista do ex-presidente Lula por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. Além de Helder, outros integrantes da bancada do PT também se posicionaram contra Dellagnol, que foi chamado de "covarde e desrespeitoso". 


Parlamentares argumentaram que o procurador é conhecido usuário das redes sociais e, no entanto, se calou depois de reveladas as conversas secretas no site The Intercept. Rogério Correia (PT-MG) chamou-o de covarde, Alexandre Padilha (PT-SP) insistiu que ele tem que dar respostas às ilegalidades praticadas. 


Na matéria sobre o áudio divulgado nesta terça, o The Intercept informa que há um mês iniciou uma série de reportagens que “mudou para sempre a história da operação Lava Jato, de seus procuradores e do ex-juiz e atual ministro de Jair Bolsonaro, Sergio Moro”. 


O texto prossegue: “Antes vistos como heróis intocáveis, os monopolistas do combate à corrupção (que tentavam silenciar qualquer voz que se levantasse para expor seus erros, abusos e ilegalidades) hoje são vistos de outra maneira pela população: 58% dos brasileiros acreditam que as conversas de Moro com procuradores são inadequadas. A desconfiança é ainda maior entre os jovens: na faixa etária de 16 a 24 anos, 73% não querem um país guiado pelo espírito justiceiro de Moro”.


“Em seus primeiros capítulos, as histórias dos arquivos secretos da 'Vaza Jato' mostraram Moro atuando como chefe de fato dos procuradores, o que é ilegal; expuseram o coordenador da força-tarefa Deltan Dallagnol apresentando uma denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da qual ele próprio duvidava; e revelaram os procuradores da Lava Jato (incluindo Deltan) operando secretamente para evitar que Lula desse uma entrevista durante a campanha eleitoral por medo que pudesse ajudar a 'eleger o Haddad”.


No último dia 2, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, em conjunto com as Comissões de Constituição e Justiça e a de Trabalho, de Administração e Serviço Público, ouviu o ministro da Justiça Sergio Moro. Helder reclamou, na ocasião, que ele só respondeu a duas das suas oito perguntas, mesmo assim, de forma superficial.


A comissão também já ouviu o jornalista Glenn Greenwald, que defendeu a veracidade dos diálogos, a responsabilidade com a checagem das informações e o cruzamento do conteúdo dos diálogos e os fatos e atos públicos da força tarefa.

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