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Pescadores de Colatina lutam na Justiça por peixaria

Uma audiência de conciliação nesta quarta-feira (26) pode definir a situação da peixaria municipal de Colatina, no noroeste do Estado. A audiência ocorre no âmbito de uma Ação Anulatória de Ato Administrativo com pedido de tutela provisória de urgência, impetrada pela Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES).

A intenção do prefeito Sergio Meneguelli (MDB), de derrubar o prédio, foi temporariamente interrompida por força de uma liminar concedida na última quarta-feira (19), em uma ação movida com apoio da Defensoria Pública Estadual.

Segundo a presidente da Associação dos Pescadores Profissionais Nova Vida (Apevida), Andressa Karla Sacht Lemes da Rocha, a alegação do prefeito é de que somente três pessoas trabalham na peixaria, o que não justifica a manutenção do espaço pelo município.

Construído às margens do Rio Doce há 32 anos, o prédio, na verdade, atende a mais de 200 pescadores que estão cadastrados ou em vias de cadastramento na Associação. “Tem uma associação por trás daqueles três peixeiros”, exclama Andressa.

O fechamento da peixaria pode deixar muitas pessoas desempregadas, alega a presidente. “Porque a Samarco acabou com nosso rio e muitos pescadores recebem uma mixaria dela, que não é o tanto que a gente ganhava pescando”, conta, referindo-se ao auxílio emergencial mensal de R$ 1, 3 mil a R$ 1,5 mil. “Antes, o pescador pescava todos os dias e tinha dinheiro todos os dias. Agora tem que se virar com esses R$ 1,5 mil o mês inteiro. Complicou muito a nossa vida”, relata.

Atualmente, são vendidos apenas peixes de mar e de lagoas, estes buscados bem longe, na região de Linhares, norte do Estado, “porque o peixe do Rio Doce está contaminado”.

O anúncio da derrubada do prédio foi feito pelo prefeito na imprensa, conta Andressa. “Nenhuma vez ele chegou até mim pra falar nada. Só falou pra TV”, reclama. 

Durante sua campanha política, no entanto, diz a pescadora, o prefeito “prometeu que ia ajudar os pescadores, dar total apoio, e construir um auditório em cima da sede e da peixaria. Mas pra surpresa da gente, fez o contrário”.

Na audiência pública desta quarta (26), a Associação de Pescadores e o defensor público Jefferson Carlos de Almeida esperam reverter a situação de ameaça atual, abrindo caminho para que as melhorias prometidas sejam efetivadas.

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