Quinta, 28 Março 2024

Rota final

Rota final

O projeto conhecido como Unanimidade está vivíssimo quando se trata do atual universo político capixaba. Nunca é demais lembrar que foi este projeto que uniu o governador Paulo Hartung ao governador eleito, Renato Casagrande (PSB), garantindo três mandatos para Hartung e dois para Casagrande, já contando com a próxima gestão.


Dentro deste universo, é possível hoje encontrar apenas uma novidade, que é a bancada do PSL. O restante é mais do mesmo. No entanto, a relação desta Assembleia, que expressa o centro do poder, com o novo governador, deverá ser reformulada, pois Casagrande sempre foi mais do diálogo, diferente do atual governador.


Quem recuar no tempo, vai encontrar PH aterrorizando com os poderes que construiu junto ao Judiciário e Ministério Público. É só recordar das eleições nas quais ele estava no comando. Decidia quem seria deputado federal, deputado estadual e etc., e renovava seus mandatos do jeito que queria. Era uma espécie de processo seletivo que conduzia ao seu bel-prazer. 


Na verdade, PH e Casagrande se tornaram adversários quando o governador resolveu evitar a reeleição de Casagrande, conforme previa o projeto Unanimidade. Este fato é decisivo para entender a atual derrota de PH, a ponto de  não ter tido qualquer condição de enfrentar Casagrande nas urnas agora. A história deverá ser contada assim. 


Essa situação levou PH, que estará sentado na cadeira de governador até 31 de dezembro, a se precaver, procurando aumentar seu leque de apoio no Tribunal de Contas. Já escolheu um novo conselheiro para juntar-se aos que tem e ainda espera fazer mais um no lugar de Valci Ferreira. No entanto, parece que não dará tempo. O nome reservado para ocupar a vaga é o do Marcelo Santos (PDT).


Por falar em Marcelo, esta é uma figura que transitou bem entre PH e Casagrande em todo este período do Unanimidade. Com certeza, vai continuar a ser uma peça importante dentro do novo jogo de poder. Foi ele quem inventou a candidatura ao comando da Assembleia de Erick Musso (PRB), naturalmente achando que poderia dominá-lo, já que ele chegou ao legislativo com baixa votação e sem história para ser presidente da Casa. 


Erick era conhecido apenas pelo avô, que foi deputado estadual. Era a sua credencial. Só que o projeto de Marcelo redundou nos atuais movimentos do Erick para continuar presidente e que está em pleno processo de sedução, principalmente aos novos deputados. 


Mas  o deputado, que se reelegeu pelas pontas, novamente, faz parte do projeto do PH. Nenhum presidente da Assembleia foi tão servil a um governador como ele. Ele é sabido, é do ramo, sabe dividir o bolo. 


A substituição do Erick à frente da Assembleia será, portanto, decisiva para Casagrande. Evita que Hartung consolide, junto com o Tribunal de Contas, mais um espaço de legítima defesa de suas gestões.

Veja mais notícias sobre Socioeconômicas.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 29 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/