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Sexta Rap faz do Bar do Mãozinha ponto de encontro do hip hop

Em frente à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), ao lado da avenida e perto da movimentada Rua da Lama, o Bar do Mãozinha se configura como o point mais alternativo da boemia universitária capixaba. Lugar de encontro de várias tribos urbanas, acaba sendo um reduto natural para as bandas, que fazem todo corre de produção para viabilizar shows no estabelecimento do famoso Valdeci, vulgo Mãozinha.

Nos últimos meses, o local começou a ser explorado por uma das cenas tradicionais da música capixaba. Preparando sua sexta edição mensal para o próximo dia 7 de fevereiro, o Sexta Rap, organizado pela Banca Bicho Solto, Universo Hip Hop e apoiadores,  tem se consolidado como momento de encontro e troca de músicos das diferentes gerações.

A cada edição os produtores costumam convidar três grupos ou cantores e dois DJs. Levam em conta alguns aspectos importantes: um convidado com muito tempo de carreira, que tenha sido parte do início da cena capixaba do rap, outro que seja jovem começando seus primeiros trabalhos e outro que já tenha uma produção consolidada de qualidade, mas ainda com pouca visibilidade. Entre os DJs, também a mistura entre antigos e novos e aqueles que tocam no vinil e os que usam elementos mais modernos como computador e controlador MID, incluindo também os Selectah, DJs mais ligados ao dub e reggae. A cada edição, a preocupação de trazer também representação feminina entre os artistas.

A entrada é sempre gratuita e os organizadores preferem chamar de ensaio aberto do que propriamente um show. Cada artista toca algumas músicas, mostra novidades e, principalmente, troca com o público e também com outros artistas que constroem a cena.

Na próxima semana está convidada o coletivo Sete Zero Quatro, de Flexal II, em Cariacica, Bocaum, MC do Centro de Vitória, que apresenta seu novo trabalho, e Júnior Conceito, originário de Vila Velha. Entre os DJs, Mark Dias, que atinge um público de classe média, e a Selectah Thais Apolinário.

L Brau, um dos organizadores, explica que hoje há poucos eventos construídos a partir da cena do hip hop, de quem realmente faz acontecer. Há muitas batalhas de rima, atividades dos b-boy, mas nos shows de rap prevalecem atividades de grande porte em casas de show. “Cobram caro e não valorizam o artista local. Acaba que poucos artistas vão a esses eventos. Nossa intenção é mostrar que é possível fazer as coisas independente de estar rolando grana ou não, da importância dessa cena existir, e dar oportunidade para outros artistas”, diz Brau, que lembra que o público da Sexta Rap une a galera do hip hop e o público universitário, aglomerando muitas pessoas influentes desde artistas, produtores, fotógrafos, jornalistas e outros.

Édson Sagaz aponta a dificuldade que muitos espaços encontram com relação ao Disque-Silêncio, sobretudo no Centro de Vitória, incluindo aqueles que recebem ou recebiam os eventos de hip hop. Por sua localização, entre universidade e comércios, o Bar do Mãozinha costuma passar imune a essa questão. “Lá tem esse ambiente com ar underground, que dialoga com a cara que queremos dar para nossos eventos, para que seja uma vitrine dos artistas e da cena”, afirma.

AGENDA CULTURAL

Sexta Rap no Bar do Mãozinha

Quando: Sexta-feira (7), às 20h

Onde: Bar do Mãozinha, Avenida Fernando Ferrari, 560, Jardim da Penha – Vitória/ES

Entrada gratuita

Atrações: Sete Zero Quatro, Bocaum, Júnior Conceito, Thais Apolinário e Mark Dias.

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