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Proposta quer ‘limpar’ fachadas do Centro

Uma reunião no último dia (11), no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Vitoria (CDL Vitória), apresentou as propostas do poder municipal para despoluir a paisagem do Centro da cidade. A principal sugestão é estabelecer uma padronização para a instalação de letreiros nas fachadas dos estabelecimentos comerciais.

 
No geral, os lojistas presentes acolheram o projeto. Fizeram algumas observações, que serão recolhidas e enviadas à prefeitura no prazo de 10 dias. O presidente da CDL Vitória, Carlo Fornazier, considera a ideia válida e vislumbra um  impacto comercialmente positivo. “Acho que os lojistas têm a ganhar. Quando você padroniza, um não fica maior que o outro e você pode caminhar numa cidade visualmente melhor”, analisa.
 
Na apresentação, a arquiteta Elaine Alves do Carmo, da Coordenação de Revitalização Urbana da prefeitura, mostrou exemplos de São Paulo e Belo Horizonte: padronizadas, as fachadas dos estabelecimentos conferiam um panorama harmônico e asseado à cidade. O que se constata hoje no Centro é, digamos, uma gritaria de palavras, cores e formas disputando entre si a atenção do transeunte. 
 
É essa algazarra visual que está na mira da prefeitura. A proposta apresentada padroniza a fixação dos letreiros nas fachadas. Os letreiros serão encaixados de maneira paralela ou perpendicular à fachada. O tamanho vai depender do comprimento da testada da edificação e se há ou não atividade comercial em um segundo pavimento. 
 

A ideia é que seja instalado um letreiro por estabelecimento; as letras soltas obedecerão aos mesmos critérios. Os letreiros sobre marquises também devem ser retirados, tanto para conferir maior segurança ao pedestre como para garantir a limpeza visual das fachadas. Outra proposta importante faz do Centro Histórico uma zona de exclusão para outdoors e paineis. Imóveis de interesse de preservação terão regras mais rígidas para não haver descaracterização 

 
“O importante é que a informação vai estar lá para o comerciante e para o usuário final”, disse Elaine. “Há publicidade excessiva em Vitória. A gente quer evitar justamente essa concorrência. No Centro a gente percebe isso de maneira mais efetiva porque a gente tem muitas fachadas em situação de interesse histórico elas ficam ocultas muitas vezes por conta de publicidade excessiva”, analisa.
 
A proposta da prefeitura deverá ser enviada à Câmara de Vereadores em julho e, caso o trâmite corra sem sobressaltos, um período de adequação deve ser iniciado em outubro.
 
A secretária de Desenvolvimento da Cidade, Sandra Monarcha, diz que a ideia de despoluir visualmente o Centro de Vitória nasceu da constatação de que as grandes artérias do local apresentam um peso de letreiros comprometendo a harmonia da área. “O nosso grande empenho é fazermos entender que o que pode parecer uma mudança radical na verdade é uma mudança que só vai trazer vantagem. A própria percepção da rua passa a ser outra. Por que se trabalha isso em tantos lugares no mundo? Justamente porque isso promove no pedestre uma sensação mais leve, de bem-estar”, diz.

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