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Sesa nega que capixabas tenham recebido doses vencidas da AstraZeneca

Problema, noticiado pela Folha de S.Paulo, está no sistema do Ministério da Saúde, alega subsecretário Reblin

“A Secretaria de Estado da Saúde [Sesa] informa que, em nenhum momento, distribuiu vacinas nem com prazo de validade curto e muito menos com validade vencida. E, portanto, os municípios também não aplicaram vacinas vencidas nos capixabas”.

A declaração foi feita na tarde desta sexta-feira (2) pelo subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, em resposta à notícia veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo, apontando que, de acordo com registros oficiais do Ministério da Saúde, milhares de pessoas no Brasil teriam tomado doses vencidas da AstraZeneca entre abril e maio, 159 delas no Espírito Santo.


“O que nós temos certeza é que o problema está no sistema do Ministério da Saúde, que tem muita inconsistência”, afirma Reblin, explicando que “quando o vacinador vai registrar o lote, esse lote sai com registro equivocado de um lote anterior, e alguém que vai fazer a análise dessa informação encontra uma inconsistência”.
Reblin ressalta que os moradores do Espírito Santo podem ficar tranquilos. “A vacina aplicada em vocês é uma vacina segura, dentro do prazo, e dá a resposta que nós precisamos contra a Covid”, reitera.
A Sesa informou ainda, em nota, que “está solicitando aos municípios que façam nova conferência das doses apontadas como vencidas para orientar as medidas que serão estabelecidas a partir do resultado dessa análise”.
159 doses vencidas no ES
Segundo a matéria da Folha, 159 pessoas teriam recebido doses vencidas da AstraZeneca no Espírito Santo, no período entre abril e maio. A maioria das aplicações tendo sido feitas no Vitória Apart Hospital, na Serra (74); na Rede de Frio, Armazenamento e Distribuição de Vacinas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em Cariacica (39); e na Unidade de Saúde de São Mateus – Centro de Saúde, norte do Estado (10). Todas em 14 de abril.
No mesmo dia, também há registros de aplicações na Central de Imunobiológicos Municipal, em Vitória (5 doses); no Hospital Santa Rita de Cássia, em Vitória (4); no Centro Municipal de Saúde Arlinda Maria Junqueira Vionel, em Guarapari (4); na ESF de Cidade Continental, na Serra (3); no Hospital Santa Casa de Vitória (2); nas unidades de saúde de Vila Velha em Jaburuna (2), Coqueiral de Itaparica (2), Barra do Jucu (3), Vila Nova (1) e Araçás (1).

E ainda, também com uma aplicação cada, na unidade Shell Catarina Romanha Lorenzutti, em Linhares, norte do Estado; na Unidade da Família Pedro Machado, em Guarapari; na Unidade Regional de Saúde de Jacaraípe; Serra; no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), em Vitória; e na Unidade da Família Dr. Joel Coelho Ferreira, Caic, em Linhares.

Já no dia 31 de maio, as imunizações vencidas teriam ocorrido em apenas um lugar, atingindo quatro pessoas, na Policlínica Municipal Bolivar de Abreu, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado.
Segundo a reportagem, teriam sido aplicadas pelo menos 26 mil doses vencidas da AstraZeneca em todo o país e que, até o dia 19 de junho, os imunizantes com o prazo de validade expirado haviam sido utilizados em 1.532 municípios brasileiros.
No mapa de distribuição das doses vencidas, o Espírito Santo aparece com a menor cota em comparação aos demais estados, com menos de 250 aplicações, juntamente com Acre, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe. Já Pará, São Paulo e Paraná foram os mais atingidos, cada um com mais de três mil.
São oito lotes identificados com o problema, sendo que 70% das doses vencidas estão no de número 4120Z005, de 14 de abril, exatamente o que mais afetou o Espírito Santo. Os outros sete lotes são: 4120Z001 (29 de março), 4120Z004 (13 de abril), CTMAV501 (30 de abril), CTMAV505 (31 de maio), CTMAV506 (31 de maio), CTMAV520 (31 de maio) e 4120Z025 (4 de junho).
O total de vacinas desses oito lotes é de 3,9 milhões de doses, sendo que 3,76 milhões foram aplicadas dentro do prazo de validade e 139.911 registraram o problema. Dessas 139,9 mil, 25.935 foram aplicadas fora da validade e outras 113.976 doses vencidas desses oito lotes não tinham sido ministradas até 19 de junho.
A AstraZeneca é a vacina mais usada no Brasil. Ela responde por 57% das doses aplicadas neste ano. A maioria foi utilizada de acordo com as orientações do fabricante. Todos os imunizantes expirados integram oito lotes da AstraZeneca importados ou adquiridos por consórcio. Um deles passou da validade no dia 29 de março. O que venceu há menos tempo estava válido até 4 de junho.

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