A prefeitura da Serra demitiu – em época de risco de aumento de casos de dengue, zika e chikungunya – 50 profissionais, entre ACS e ACE, sem aviso prévio ao Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado (Sindsaúde-ES). Os profissionais atuam no controle das doenças, além da febre amarela e raiva animal, já que trabalham também contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que é o vetor de transmissão.
Vestidos de preto, os servidores demitidos não foram recebidos por representantes da secretaria. A informação era de que tanto o secretário Benicio Farley Santos quanto a subsecretária Cristiane Stein estavam fora de seus locais de trabalho.
Já na quinta-feira (17), os diretores do Sindsaúde estiveram na sessão da Câmara de Vereadores e levaram a insatisfação com as demissões aos vereadores, que se comprometeram a criar uma comissão para dialogar com o Executivo na tentativa de revertê-las. A comissão é composta por três vereadores, cinco agentes demitidos e três diretores do sindicato. Caso a comissão não seja recebida pelo secretariado no prazo de uma semana, o sindicato vai encaminhar um conjunto de ações de protestos e manifestações.
O temor de demissão teve início em julho, quando os profissionais procuraram a entidade depois de terem sido chamados pela prefeitura para exames de saúde. O sindicato, então, procurou a prefeitura, que negou risco de demissão, alegando que era apenas uma checagem da saúde dos servidores.
Menos de um mês depois da convocação, os agentes passaram a receber os comunicados de demissão, com aviso prévio indenizado de 57 dias. No total, foram demitidos 42 ACEs e oito ACS.
Depois da demissão em massa, o departamento jurídico do sindicato foi acionado e está reunindo a documentação dos trabalhadores para tomar medidas judiciais contra a prefeitura.