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Aprovados em concurso da Saúde em Vitória cobram convocação

Edital de 2019 vence em junho. Grupo aponta manobra da prefeitura, que tem priorizado contratações

André Sobral/PMV

Aprovados em um concurso na área da Saúde, em Vitória, cobram a convocação para assumirem os cargos. O edital é de 2019, mas a prefeitura tem priorizado contratações por meio de processos seletivos simplificados, mesmo com um concurso vigente. A demora tem preocupado o grupo, que denuncia inércia da gestão municipal. Denúncias já foram apresentadas a diversos órgãos fiscalizadores, como o Ministério Público Estadual (MPES).

O prazo de convocação vence em junho deste ano. Um dos classificados, que prefere não se identificar, acredita que há uma manobra da gestão municipal para não executar a convocação, principalmente durante a pandemia do coronavírus.

“A gente não sabe mais a quem recorrer. Não vai ser mais prorrogado esse concurso, até porque o prefeito atual de Vitória não é muito fã do funcionalismo público (…) O que nos deixa triste é saber que tem um concurso vigente, que tem vaga e necessidade de chamar o pessoal, mas priorizam as contratações”, declara, citando Lorenzo Pazolini (Republicanos).

O edital foi direcionado a várias funções com atuação nas unidades e serviços municipais de saúde. Cristiane Ramos, moradora da Serra, foi aprovada para o cargo de técnico de enfermagem e se revolta com a situação.  “O que incomoda, para nós que fizemos este processo desgastante, é que foi publicado um edital, elaborado, cobrado, realizado e esperado. Mas não convocam”.

Para ela, se há um concurso que vence agora em junho e tem pessoas a serem convocadas, por que fazer processo seletivo? Poderiam fazer as convocações”, reforça.

Elvis Gobo de Faria, também morador da Serra, foi aprovado em 6º lugar para o cargo de técnico de enfermagem, em uma vaga destinada a pessoas com deficiência e também não foi convocado. “Só chamou até hoje 1 PCD de 30h, que nem assumiu. O certo é dar continuidade na chamada, e isso não tem acontecido. O certo é convocar”, aponta.

Em dezembro de 2021, com a alta dos casos de gripe e Covid-19 em Vitória, a vereadora Camila Valadão (Psol) também questionou a falta de convocações do concurso de 2019. Na época, Unidades de Pronto Atendimento (UPA-24h) estavam sobrecarregadas em toda a capital com casos de síndromes respiratórias.

“Desde o início da legislatura, a gente tem cobrado da gestão uma solução para a questão dos PA’s e também para os demais equipamentos de saúde da nossa cidade. A solução, na nossa avaliação, passa pela convocação dos aprovados no concurso público, repondo o quadro de pessoal que está deficitário”, divulgou em um vídeo nas redes sociais.

De acordo com ela, a preferência da prefeitura tem sido pela terceirização. Valadão citou o anúncio de um contrato de mais de R$ 4 milhões que terceirizava serviços básicos na saúde, com cargos para profissões que estão previstas no edital de 2019. “Por que não convocar os aprovados no concurso?”, questionou.

A parlamentar prosseguiu: “A saúde de Vitória precisa sair do caos. Nós conhecemos muito bem como é essa fórmula: precariza, sucateia e depois apresenta uma solução mágica que passa pela privatização. Por isso, seguimos defendendo a convocação dos aprovados no concurso da saúde. Nós sabemos quais são as consequências da privatização. O sucateamento dos serviços, a piora na qualidade do atendimento da população, a precarização das relações de trabalho”, ressaltou.

Enquanto isso, quem espera pela ocupação do posto de trabalho segue sem respostas. “É revoltante saber que só estão fazendo concurso para poder ‘arrecadar’ valores. Cadê o respeito com o cidadão?”, questiona Cristiane.

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