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Cariacica e Vila Velha podem ter 100% de cobertura em Saúde da Família

A rede de Atenção Básica é fundamental para a saúde preventiva, inclusive reduzindo casos graves de Covid-19

A perspectiva é de que, no decorrer de 2021, Vila Velha e Cariacica passem a contar com 100% de sua população atendida pela Estratégia de Saúde da Família (ESF) , segundo informou o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (1). 

A projeção foi baseada nos altos índices de inscrição – foram mais de 2,5 mil inscritos – para atuação nesses municípios por parte de médicos, dentistas e enfermeiros, que disputam uma das 387 vagas oferecidos para o Programa Estadual de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Qualifica-APS), do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), para atuação em diversos municípios capixabas. 

Embora não tenha informado o número, segundo Nésio os municípios mais procurados pelos profissionais foram Vila Velha e Cariacica. Com isso a Sesa calcula ser possível atingir mais de 80% de cobertura de ESF nos dois municípios já nos primeiros cem dias das atuais gestões municipais, chegando a 100% até o final do ano. 


“Considerando a dimensão populacional desses dois municípios, a expansão da atenção primária pode ter uma influência importante no desempenho do estado no enfrentamento da pandemia nesse possível período de novo crescimento das doenças respiratórias que prevemos que pode ocorrer a partir da ultima semana de fevereiro e primeira quinzena de março”, salientou Nésio Fernandes.

Atualmente existem 621 pessoas já atuando por meio do Quaifica-APS, ou seja, trabalhando nas unidades básicas de saúde e, ao mesmo tempo, recebendo a formação do ICEPi. “Eles atuam e recebem formação profissional com desenvolvimento de competência para se tornaram mais resolutivos e com perfil em saúde pública”, destacou Nésio.

Com as novas vagas, serão mais mil profissionais, entre enfermeiros, médicos e cirurgiões-dentistas atuando já a partir da última semana de fevereiro. “No momento em que as doenças respiratórias estiveram crescendo, o Espírito Santo terá uma robusta expansão da Atenção Básica”, ressaltou o secretário, salientando que essa expansão “pode reforçar nossa capacidade de, nesse primeiro nível de atenção à saúde, melhorar tanto o diagnóstico, quanto o monitoramento e a garantia do acesso dos pacientes de doenças respiratórias”. 

Prevenção

De fato, como explanado pela médica intensivista Eliana Caser, a atenção básica é fundamental para evitar complicações em pacientes de Covid-19. “Tem que haver um trabalho bem feito na atenção básica. Isso vai evitar muitas internações”, afirmou.

Em apresentação feita na Assembleia Legislativa feita em junho passado na condição de coordenadora das equipes que atuam na UTI do Hospital Unimed Vitória, ela afirmou a importância da atenção básica e da saúde da família. “Precisa investir em saneamento básico, atenção primária, médico de família. Esse modelo de saúde nosso é muito ruim. Ele propicia a fragmentação do cuidado. Mesmo o doente que interna no hospital, tem que ser acompanhando pelo mesmo médico. Médico de família é fundamental. A Unimed tem atenção primária, investe no personal há muitos anos, e agora vemos que começa a surtir efeito”, relata.

Gargalo maior é na Grande Vitória

Dados de abril de 2020 informados pela Sesa, indicam que a atenção primária em saúde cobre 78,94% da população capixabaconsiderando que cada equipe de atenção básica tem capacidade para atender até quatro mil habitantes. Já a Saúde da Família, que é implementada por parte dessas unidades básicas de saúde, cobre 64,32% da população. E os agentes comunitários de saúde (ACSs) integram quase a totalidade das equipes de saúde da família, já que cobrem 62,45% da população capixaba. 
O maior gargalo está na região metropolitana, avalia a coordenadora de Atenção Primária e chefe especial de Atenção Primária da Sesa, Tania Mara Ribeiro dos Santos. “O grande desafio é aumentar a cobertura dos agentes de saúde na Grande Vitória”, diz.
Nas grandes cidades, explica Tania, muitas das equipes de atenção básica não contam com o agente, limitando-se aos profissionais de medicina, enfermagem e técnica de enfermagem, e, com isso, o trabalho limita-se à chamada atenção básica tradicional, de recepção da população na unidade básica de saúde, não havendo a visita às residências, numa ação mais ativa de busca das necessidades dos moradores de cada território.

Dados por bairro 

Ao longo deste mês também o governo do Estado prepara condições para que o Painel Covid-19 apresente a letalidade por unidade de saúde, evidenciando o comportamento da pandemia nos bairros em que cada unidade de saúde é referência. O objetivo, com isso, é orientar ações mais precisas na atenção primária. 

Samu
O Governo do Estado também anunciou a expansão do Samu para o sul, norte e noroeste do Espírito Santo, em março. “Caso ocorra uma terceira onda de Covid, nós teremos uma capacidade incrementada de responder com a vaga zero o acesso dos pacientes pelas formas graves da Covid-19″, destacou Nésio Fernandes.

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