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Governador aprova conurbação e risco alto em toda a Grande Vitória

Anúncio foi feito por Vidigal após reunião com prefeitos. Casagrande negocia restrições e Sindiupes pede fechamento de escolas

A conurbação dos maiores municípios da Grande Vitória na classificação de risco para pandemia de Covid-19 será decretada em breve, afirmou o prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT), ao final de uma reunião realizada nesta segunda-feira (15) com prefeitos da região metropolitana e o governador Renato Casagrande (PSB).

“O governador acabou de autorizar a solicitação que fiz no último sábado [13] de pactuar uma conurbação incluindo Vitória, Cariacica e Viana na mesma classificação de alto risco da Serra e Vila Velha. Somente assim conseguiremos uma redução significativa na contaminação entre os munícipes”, anunciou o prefeito em suas redes sociais.

No pronunciamento, Vidigal também reforçou que o governo do Estado irá abrir o Hospital Materno Infantil da Serra, inaugurado em 2020, mas ainda fechado, com dedicação de todos os 153 leitos – 133 de enfermaria e 20 de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) – para tratamento de pacientes com Covid-19.

“Vamos criar unidades de referência para pacientes com síndrome gripal, que neste período aumenta muito e acaba conflitando com os pacientes com suspeitas de Covid-19”, complementou.


A inauguração de leitos pelo governo do Estado segue em ritmo acelerado desde o final da semana passada e, em paralelo, Casagrande intensifica a negociação com diversos setores da sociedade capixaba para reduzir a circulação de pessoas e baixar a taxa de transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Nesta segunda, os encontros serão com representantes de poderes e com o empresariado. Nesta terça-feira (16), com instituições.

Entre as ações imediatas, estão o retorno dos trabalhos remotos para metade dos servidores de repartições públicas e pedido para que o setor privado faça o mesmo, medidas mais restritivas de funcionamento do comércio e prestadores de serviços nos municípios de risco alto e moderado, que são 17 e 61, respectivamente, segundo o atual Mapa de Risco.

‘Já colapsamos’
Todas as ações voltadas ao distanciamento social nesse momento devem ser efetivadas, avalia a epidemiologista e professora-doutora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel. “Já colapsamos”, afirma a cientista, ao considerar a atual taxa de ocupação de leitos hospitalares, em 86,73% na média geral, segundo o Painel Covid-19 desta segunda-feira. O número chegou a 90%, mas reduziu um pouco com as novas aberturas de leitos pelo governador.

O atual ritmo de transmissão da doença fará com que a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) seja uma realidade no Estado não em questão de semanas, como vem sendo falado há alguns dias, mas “de horas”, alertou. “Medidas para diminuir a transmissão do vírus são urgentes”, orienta.
Redes sociais/Sindiupes

Aulas remotas

As escolas são outro capítulo importante da estratégia, já tendo sido determinada a suspensão das aulas presenciais da educação infantil nas redes públicas e privada, que atendam a crianças até cinco anos de idade, público para quem os leitos de UTI já estão ocupados em mais de 90% há duas semanas.

Nas demais etapas da educação, há uma tensão estabelecida. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) circula peças de uma campanha em suas redes sociais pedindo a suspensão das aulas presenciais e a manutenção do ensino remoto em todas as redes do Estado.

“A disseminação do Coronavírus está fora de controle em todo o país. Nesse grave momento da pandemia, manter as escolas funcionando somente contribuirá para uma tragédia ainda maior – que atingirá milhares de professores, funcionários de escola, estudantes e seus familiares”, argumenta a entidade.

Aulas presenciais

Na contramão da cautela preconizada pelas maiores autoridades sanitárias mundiais, a Associação dos Diretores e Ex-diretores das Escolas da Rede Pública Estadual do Espírito Santo (Adires) defendeu a manutenção das aulas presenciais durante reunião da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (15).

“Nossas escolas têm uma estrutura e um preparo, um protocolo em relação aos cuidados com a pandemia impecável”, declarou o diretor de relações institucionais da entidade, Carlos Frederico Jordão Ghidini.

Rede municipal de Vitória

Em requerimento encaminhado também nesta segunda-feira ao prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), o Sindiupes pediu o fechamento imediato das escolas da rede municipal de ensino, a retomada imediata das aulas exclusivamente remotas e “o retorno do modelo hibrido somente após o desenvolvimento de um projeto específico para este fim em diálogo com os profissionais de educação, o Sindiupes, a Assopaes [Associação dos Pais de Estudantes do Espírito Santo], a Seme [Secretaria Municipal de Educação] e Seges [Secretaria Municipal de Gestão, Planejamento e Comunicação]”.

O requerimento também pede que o modelo híbrido considere “a necessidade de estabelecer novo regramento para as relações de trabalho e observar sem negligenciar os direitos dos professores instituídos em lei própria pelo município” e que esse retorno aconteça após a vacinação dos profissionais e mediante “transparência no cumprimento das normas sanitárias e meios para que o Sindiupes e demais entidades da educação possam acompanhar a evolução do quadro da pandemia nas escolas desta rede em tempo real”.

Nas considerações que justificam os pedidos, o sindicato enumera, entre outras questões, o fato de que a rede municipal da Capital não tem cumprido o regramento estabelecido pela Portaria Conjunta das Secretarias de Estado da Saúde e Educação (Sesa e Sedu) nº 50/2020 no tocante às Comissões de Fiscalização do cumprimento das normas sanitárias de cada escola. “Poucas são a escolas que constituíram esta comissão interna e, mesmo as constituídas, as pessoas não têm compreensão de como executar as competências que lhes são atribuídas na referida portaria”, denuncia o sindicato.

Cita também “a redução de auxiliares de serviços gerais para o cumprimento da rotina de higienização”; a “não existência de um plano para execução do sistema hibrido de educação”; “a avaliação de laudos médicos por profissional do quadro administrativo na Seme, profissional não médico com a maioria destes indeferidos sem qualquer critério de avaliação laboral por medico do trabalho, com a alegação de que a medicina do trabalho não tem como atender o alto fluxo destes laudos”; “a indisponibilidade de equipamentos para o ensino hibrido”; e “a ausência de um plano municipal de contenção do vírus para o transporte público coletivo”.

O Sindiupes também ressalta o fato de que “quase a totalidade do magistério municipal está em pânico com o retorno das aulas presencias, o que tem causado centenas de adoecimentos por transtornos mentais, conforme pode ser percebido na demanda da medicina do trabalho de Vitória em atender mais que o dobro de fluxo de pedidos de licença medica com CID F” e que “a tendência desse quadro de adoecimento crônico no magistério tende a se agravar”.

O Sindicato afirma ainda que “irá buscar meios de realizar o rastreamento do vírus em cada caso de óbito da categoria e exigir da medicina do trabalho a investigação de nexo causal em todos os casos de confirmação de contagio ou óbito e demandar a instalação de inquérito criminal na Deat – Delegacia de Polícia Civil especializada em Acidente de Trabalho”.

O assunto, conclui a entidade, “está em discussão na justiça capixaba em ação civil pública na Vara de feitos públicos do Estado e esta direção pode demandar outra ação específica na vara de feitos municipal de Vitória”.


Só um pacto social pode evitar o colapso da saúde capixaba

Se medidas mais rígidas de circulação de pessoas não forem tomadas, sistema vai saturar em até três semanas


https://www.seculodiario.com.br/saude/so-um-pacto-social-pode-evitar-o-colapso-da-saude-capixaba

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