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Covid-19: doses aplicadas devem ser de vacinas do mesmo fabricante

No cartão de vacinas e o sistema de informação de registro do vacinado, constarão o lote da vacina que a pessoa recebeu

Ao ser imunizada, quando tomar a segunda dose a pessoa deve receber a da mesma vacina aplicada na primeira. Por isso, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), por meio da coordenação do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, irá registrar o lote da vacina que cada pessoa recebeu, tanto no cartão de vacinas das pessoas que tomaram a primeira dose quanto no sistema de informação de registro do vacinado.

“Assim será possível identificar o laboratório e dar continuidade ao esquema de vacinação com o mesmo produto”, diz a Sesa. A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel afirma que a medida é necessária, pois em cada vacina foram utilizadas tecnologias diferentes. “As vacinas só podem ser aplicadas de acordo com o que foi testado nos ensaios clínicos, por questão de segurança”, explica.
Ethel informa que nos ensaios foram utilizadas vacinas dos mesmos fabricantes. Ela diz, ainda, que quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou as vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan; e AstraZeneca, da Índia, estabeleceu, com base nos ensaios clínicos, que ambas as doses deveriam ser da mesma vacina, além do intervalo de tempo entre uma dose e outra.
O intervalo entre as duas doses da CoronaVac é de até 28 dias. Da AstraZeneca, é de 12 semanas. Entretanto, há possibilidades de, futuramente, ser utilizada uma dose da AstraZeneca e outra da Sputinik, da Rússia. Segundo Ethel, estão sendo feitos testes para verificar a eficácia da utilização de doses diferentes dessas vacinas. Ela informa que já foi solicitado pedido de aprovação da Sputinik para a Anvisa.
Porém, o pedido foi para utilização de duas doses da vacina russa, uma vez que a utilização com uma dose da AstraZeneca ainda está em fase de testes. Caso os testes detectem a segurança, será preciso pedir autorização da Anvisa para aplicação das doses diferentes em território nacional, explica a epidemiologista.
O Espírito Santo recebeu até agora 153.020 doses da vacina contra a Covid-19. Na primeira fase de imunização estão sendo vacinados profissionais da saúde, idosos em instituições de longa permanência e pessoas com deficiência que habitam em residências inclusivas. Está prevista chegada de vacinas do Instituto Butantã esta semana, mas sem previsão de dia e quantidade. A nova remessa será destinada a idosos maiores de 90 que não moram em instituições de longa permanência e parte delas vai para completar o processo de imunização dos trabalhadores da saúde.

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