Thais Pessotti da Silva, internada no Hospital Infantil, foi atingida na cabeça, passou por cirurgia e permanece intubada
A adolescente de 14 anos internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Estadual N.Sra. da Glória “Infantil de Vitória” (HINSG), evoluiu seu estado geral para “muito grave”, como informou boletim da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) divulgado na manhã desta segunda-feira (28). Thais Pessotti da Silva, que teve o nome confirmado pela família à imprensa, foi atingida na cabeça pelo atirador de 16 anos dos atentados a escolas de Aracruz, norte do Estado, passou por cirurgia, e permanece intubada.
A outra criança que estava na UTI do mesmo hospital, um menino de 11 anos, apresentou melhora no quadro na tarde desse domingo (27), estando agora estável e em unidade semi-intensiva. O atirador o acertou no abdome.
No Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves (HEJSN), duas mulheres, de idades 52 e 45 anos, seguem em UTI em grave estado geral. A situação também se mantém no Hospital Estadual de Urgência e Emergência “São Lucas” (HEUE), onde uma mulher, de 58 anos, está estável, aguardando melhora de feridas em membro inferior para ser submetida à nova cirurgia.
Também na manhã desta segunda, o Hospital São Camilo, de Aracruz, publicou comunicado em suas redes sociais, comemorando a alta de outras duas vítimas, professoras. “É com grande alegria, que a Fundação Hospital Maternidade São Camilo informa que as duas vítimas do ataque a escolas que estavam internadas, receberam alta”.
Tanto a Sesa quanto a instituição privada não divulgam os nomes dos internados, “em observância à Lei Geral de Proteção de Dados, bem como ao princípio da liberdade e da privacidade”.
O atentado da última sexta-feira (25) já fez quatro vítimas fatais: Selena Sagrillo, de 12 anos, e as professoras Maria Penha Pereira de Melo Banhos, 48 anos, Cybelle Passos Pereira Lara, 45 anos, e Flávia Amboss Merçom, de 38 anos.
O crime
Os ataques foram executados por volta das 9h30, primeiramente contra a EEEFM Primo Bitti, em Coqueiral de Aracruz, onde o atirador havia estudado até junho deste ano. Após arrombar o cadeado, ele invadiu a escola e acessou a sala dos professores e depois outras salas. Em seguida, entrou em um carro Renault Duster dourado, com placas tampadas, para outra escola do bairro, de gestão privada, o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), onde efetuou mais disparos, deixando outras vítimas, fugindo em seguida com o mesmo veículo.
Por meio de uma operação integrada das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PCES, PMES e PRF-ES) e com apoio do Cerco Eletrônico da Prefeitura de Aracruz e do Estado, foi possível localizar o atirador no início da tarde, em uma das casas da família no município, onde ele foi apreendido, com colaboração dos pais e do próprio menor, que mostrou todos os objetos, roupa e suástica nazista utilizadas nos crimes.
Ele está no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), em Cariacica, onde responderá por “ato infracional análogo aos crimes de nove tentativas de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigoso comum e com impossibilidade de defesa da vítima e, quatro homicídios qualificados por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa da vítima”.
Pai tenente
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) também investiga quais as possíveis contribuições do pai do atirador, um tenente da Polícia Militar, para que o crime fosse consumado, e quais as relações do adolescente de 16 anos com células nazistas e fascistas que se expandem pelo país. Um dos pontos da investigação é descobrir se o pai ensinou ao filho a dirigir e atirar.