Ainda resta pagar aos médicos; prefeitura publicou chamamento público para contratar nova empresa
O Instituto Vida Salus – empresa que, até o início do ano, administrava o Hospital Materno Infantil Menino Jesus, em Itapemirim, no litoral sul do Estado – iniciou, nesse fim de semana, o pagamento referente aos salários de fevereiro e os débitos de rescisão contratual dos funcionários da unidade hospitalar. Entretanto, o pagamento para os médicos, que têm uma remuneração mais elevada, ainda não foi feito.
Segundo informações de fontes da área, a Secretaria Municipal de Saúde repassou uma parcela pendente de pouco mais de R$ 2 milhões. Entretanto, as documentações encaminhadas davam conta de um débito total de R$ 5 milhões. A empresa deverá solicitar uma complementação para poder quitar as dívidas com os médicos.
Os funcionários chegaram a cumpriram aviso prévio em dezembro passado, tendo em vista que o contrato se encerraria no dia 31 daquele mês. Entretanto, o Instituto Vida Salus prosseguiu por mais dois meses na gestão, e foi retirado de maneira abrupta apenas no início de março. Com isso, o valor a ser gasto com as verbas rescisórias com funcionários e fornecedores aumentou.
Nesta terça-feira (21), a Prefeitura de Itapemirim publicou no Diário Oficial do Município o chamamento público para a contratação de uma nova empresa para gerir o hospital. As propostas devem ser apresentadas desta quarta-feira (22) até o dia 13 de junho, e o certame ocorrerá no dia 14.
Enquanto isso, o Marfran Instituto e Gestão em Saúde segue na administração do hospital de forma emergencial – o contrato firmado é de seis meses, com valor total R$ 16,2 milhões. Segundo relatos de funcionários, que preferem não se identificar por medo de represálias, os salários têm sido pagos em dia, mas os trabalhadores deverão atuar sem carteira assinada até a contratação da nova empresa.
A mudança repentina na gestão do hospital se deu em meio a um embate iniciado no fim do ano passado entre a secretária municipal de Saúde, Rafaela Abdon, e o Instituto Vida Salus. A secretária alega que a unidade enfrentava uma série de irregularidades, incluindo falta de medicamentos e material e não pagamento de fornecedores. Já o instituto nega alguma das irregularidades apontadas, e afirma que os salários atrasavam devido ao atraso no repasse dos pagamentos por parte da gestão do prefeito Doutor Antônio (União).
O diretor administrativo do Instituto Vida Salus, Jefferson Gisso, também pretende comparecer a uma sessão da Câmara para rebater as acusações. Além disso, o instituto tem a intenção de participar do chamamento público e voltar a administrar o hospital.
Funcionários de hospital em Itapemirim atuam sem vínculo formal
‘Mudança na gestão do Hospital Menino Jesus foi decisão de socorro’
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