O primeiro caso suspeito do novo coronavírus (Covid-19) no Espírito Santo foi descartado no início da tarde desta quarta-feira (26). Após exames no Laboratório Central (Lacen) da Secretaria de Estado de Saúde, verificou-se tratar-se de Influenza A.
O caso não chegou a ser levado para a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), pois isso só acontece se todas as outras doenças forem descartadas.
A suspeita envolvia um homem que estava internado no Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra. O paciente é um aposentado de 54 anos, morador da Grande Vitória, que chegou ao Estado no último domingo (23) após passar quase um ano na Itália.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), desde o final da tarde dessa terça, ele foi monitorado pela equipe médica do hospital e teve amostras de material coletado para exames laboratoriais. O caso suspeito foi informado no mesmo dia ao Ministério da Saúde.
“A partir de agora já temos um olhar diferenciado para pessoas que circularam pela Europa, pois até agora a gente olhava apenas para quem vinha de países asiáticos. Então já amplia o leque de países para definição de casos suspeitos”, destacou o coordenador do Centro de Operações Estratégicas (COE) da secretaria, Luiz Carlos Reblin.
Na última sexta-feira (21), o Ministério da Saúde passou a enquadrar também, na definição casos suspeitos de Covid-19, pessoas com histórico de viagens a outros sete países: Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Singapura, Camboja, Vietnã e Tailândia. A mudança ocorreu devido ao aumento de 14% no número de novos casos fora da China.
Com a identificação da Influenza A, o Espírito Santo segue sem nenhum caso confirmado da doença. Outros 19 casos suspeitos no país continuam em investigação, estando assim distribuídos: Paraíba (1), Pernambuco (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2) e Santa Catarina (2) e São Paulo (11). Cinquenta e nove casos suspeitos foram descartados.
Brasil tem uma confirmação
Confirmado, no Brasil, há apenas um caso, segundo publicado pela Agência Brasil nesta quarta-feira (26). O Ministério da Saúde informou tratar-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Ao retornar da viagem, na última sexta-feira (21), o paciente apresentou os sinais e sintomas compatíveis com a doença (febre, tosse seca, dor de garganta e coriza).
Atendido no Hospital Israelita Albert Einstein na segunda-feira (24), o homem foi submetido a exames clínicos que apontaram a suspeita de infecção pelo vírus. Com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova. “Agora é que vamos ver como este vírus vai se comportar em um país tropical, durante o verão”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Como vai ser o padrão de comportamento deste vírus, que é novo e tanto pode manter o mesmo padrão de comportamento de transmissão que apresentou no hemisfério Norte, onde, nesta época, está fazendo frio”, disse o ministro.
Em nota, o hospital afirma que o paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório domiciliar pelos próximos 14 dias. “A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele”, informou o Albert Einstein.
Na última sexta-feira (21), as autoridades italianas notificaram nove óbitos, o que levou o governo brasileiro a incluir a Itália entre os países onde a doença se espalha e há risco de infecção.
De acordo com o Ministério da Saúde, no mundo, já foram registrados mais de 80,2 mil casos do coronavírus em 34 países. Foram registradas 2,7 mil mortes causadas pela doença, sendo que os casos mais graves são aqueles que afetam pessoas com mais de 60 anos.