A direção do Hospital Antonio Bezerra de Faria abriu uma sindicância a fim de apurar e tentar responsabilizar servidores por um paciente paraplégico ter dormido no chão devido à falta de leito na unidade, no último dia 23 de abril.
Mesmo após a equipe de plantão insistir para que o paciente não ficasse ali, o alertando inclusive para o perigo de uma contaminação, o paciente disse que só sairia quando tivesse um leito disponível. O Sindsaúde-ES oficiou o Hospital para que a sindicância fosse extinta, o que ocorreu nesta terça-feira (29), quando a direção hospitalar recuou e deu fim ao processo.
“Apesar desta triste realidade ser cotidiana, com pacientes e familiares jogados nos corredores, a direção do hospital resolveu abrir essa sindicância. Estes servidores deveriam ser tratados como heróis, pois se desdobram para atender a população, mesmo diante da falta total de condições adequadas. O sindicato está à disposição destes trabalhadores, inclusive para a abertura de processo contra a direção hospitalar”, conclui Valdecir.
Valdecir reforça que o Hospital e a Secretaria Estadual de Saúde deveriam trabalhar para que fossem criados mais leitos e adquiridas novas macas. “Há improviso até com cadeiras de rodas, que são usadas para acomodar pacientes nos corredores.
Desde 2015 que o número de leitos tem sido reduzido sistematicamente. O governador Paulo Hartung não investe nem 70% da verba que é originalmente destinada para a área da saúde, deixando faltar material básico de higiene. Diante disso, o hospital acaba tendo que recorrer a empréstimos destes materiais provenientes de outras unidades.
Denuncia
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Espírito Santo (Sindsaúde-ES) denunciou, no dia 30 de abril a precariedade no atendimento aos pacientes que procuram o Hospital Estadual Antonio Bezerra de Faria, em Vila Velha.
A falta de investimentos e o caos na saúde pública são práticas recorrentes do atual governo do Estado. “O governador Paulo Hartung pratica uma política de exclusão. Sua estratégia é a de sucatear os serviços públicos de saúde para, na sequência, justificar a necessidade de privatização/terceirização. O Sindsaúde-ES é contra a transferência de recursos públicos para a inciativa privada e vamos continuar combatendo e denunciando esta prática nefasta do atual governo”, afirma o diretor sindical.
O sindicato já havia denunciado a situação precária da unidade, que sofre ainda com a falta de materiais básicos de higiene aliada à superlotação, o que pode implicar em 100% de chance de se adquirir alguma infecção, de acordo com diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado (Sindsaúde
