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‘É adequado e oportuno avançar a vacinação do grupo de 50 a 59 anos’

Proposta tem sido discutida em nível nacional, pois grupo etário concentra elevado número de pessoas com comorbidades

Sesa

Após a imunização da população idosa com 60 anos ou mais, o Brasil pode fazer a opção por vacinar as pessoas com idade entre 50 e 59 anos, ao invés de priorizar todo o grupo de pessoas com mais de 18 anos e com as comorbidades já estabelecidas no Plano Nacional de Imunização (PNI). A estratégia tem sido defendida pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, conforme ele afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (23).

“Nós temos avançado no debate dentro do Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde] e já apresentamos à coordenação do PNI. Avançar com a vacinação do grupo de 50 a 59 anos é oportuno para o Brasil, vai acelerar a imunização da população”, declarou.


São dois os principais motivos. O primeiro, é que esse grupo etário reúne um elevado número de pessoas com comorbidades associadas a maior risco de mortalidade, especialmente cardiopatias e doenças metabólicas. O segundo objetiva a simplificação e a agilização do processo de vacinação. “Na medida em que a gente cria muitos critérios, subgrupos e novas priorizações, a própria operacionalização da campanha passa a ser executada numa velocidade menor, o que dificulta a operacionalização”, explicou Nésio.

O secretário afirma, no entanto, que a cobertura total do grupo de 50 a 59 anos deve se dar imediatamente após a imunização das pessoas, de qualquer idade, que sejam portadoras de determinadas comorbidades que oferecem mais perigo de agravamento do quadro de Covid-19.

“Nós entendemos que algumas comorbidades devam estar na primeira linha de priorização da vacinação após ter completado a vacinação das pessoas com mais de 60 anos. As pessoas com doenças raras, por exemplo, com deficiências, principalmente com déficit intelectual, as pessoas com Síndrome de Down e também pessoas com obesidade mórbida devem estar na primeira linha de vacinação após a conclusão da vacinação dos idosos”, explanou.

As formas de comprovação das comorbidades, informou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, Reblin, é discutida na câmara técnica responsável, que já elaborou uma síntese da documentação necessária a ser exigida para a vacinação prioritária.

“Agora depende da pactuação entre a secretaria estadual e os municípios, através da CIB [Comissão Intergestores Bipartite], que representa os gestores municipais e os gestores estaduais, para finalizar esse roteiro daquilo que deverá servir de base para comprovar que a pessoa tem comorbidade”.

Entre os documentos, elencou, estão: laudo do profissional de saúde que acompanha o tratamento do paciente, o prontuário da unidade de saúde onde ele faz o acompanhamento ou a receita dos medicamentos de uso controlado. A CIB, segundo Reblin, deve publicar no início da próxima semana a resolução que vai organizar a vacinação desse grupo.

Prazo maior entre a D1 e a D2
Outra discussão nacional ocorre acerca do prazo entre a aplicação da primeira e a segunda dose da Coronavac, atualmente de 28 dias. “Considerando os estudos já divulgados e os conhecimentos já consolidados na imunologia, o Ministério da Saúde deve considerar ampliar o prazo entre a primeira e a segunda dose também no caso da Coronavac”, disse o secretário.
O comitê técnico que assessora o Ministério da Saúde deve colocar em breve essa pauta em discussão junto ao Instituto Butantan, que produz a Coronavac no Brasil, e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Nós entendemos que seja adequada a ampliação segura de pelo menos 14 dias, caso os estudos e o comitê técnico consigam subsidiar essa decisão, o que permitirá que a gente alcance com segurança mais pessoas na primeira dose, e possamos garantir a D2 a toda a população, sem prejuízo da resposta imune alcançada com as duas doses da Coronavac”, argumentou Nésio Fernandes.

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