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‘É inaceitável que uns estados tenham vacina e outros não’, ressalta Casagrande

Em reunião com ministro da Saúde, governadores cobraram coordenação nacional das ações de vacinação em todo o País

“É inaceitável que uns estados possam ter acesso à vacina e outros não”, ressaltou Renato Casagrande nesta terça-feira (8), sobre a reunião com os governadores e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cobrando que o Governo Federal de fato coordene as ações do Plano Nacional de Imunização e adquira todas as vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou instituições de outros países reconhecidas internacionalmente. 

“Temos que ter agilidade”, reforçou o governador, lembrando que as diferenças entre os estados só não acontecerão se o Governo Federal coordenar as ações”.

No encontro, que registrou tensões, o ministro da Saúde estimou que qualquer vacina contra a Covid-19 levará cerca de 60 dias para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que também gerou críticas.

No Estado, o assunto também foi tratado na tarde desta terça-feira, em coletiva, pelo secretário de Saúde, Nésio Fernandes, que acompanhou a reunião com Pazuello. Ele informou que o Ministério da Saúde disse ter a garantia de aquisição de 300 milhões de doses, com previsão de imunização a partir da segunda semana de fevereiro, mas destacou que não houve uma afirmação clara de aquisição de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan, em São Paulo, por exemplo. O governador João Doria (PSDB-SP) já anunciou o início da vacinação em janeiro com a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, que será produzida no Brasil em parceria com o Butantan.

Nésio Fernandes e Luiz Carlos Reblin durante entrevista coletiva. Foto: Divulgação

Nésio Fernandes destacou, ainda, a ausência da apresentação de um calendário precoce capaz de fazer com que a vacinação seja iniciada de forma intensa. “Defendemos unidade nacional em torno do Ministério da Saúde para adquirir e distribuir as vacinas em 2021. Não consideramos adequado, correto, qualquer fratura no Comando Nacional do Sistema Único de Saúde [SUS] e fragmentação da disponibilidade de vacinas para a população. As disputas políticas e escolhas ideológicas podem atrapalhar a possibilidade de sair desta crise”, pontuou.

O secretário aponta que diversas vacinas podem ser regulamentadas em outros países, podendo ter autorização da Anvisa em até 72 horas. Portanto, o Governo Federal deveria ter acúmulo de intenções de compra, o que não tem acontecido. Nésio também informou sobre uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para possibilitar a articulação dos estados para aquisição das vacinas. “A ação busca que, caso haja insuficiência, os governadores tenham autorização para adquirir e tomar as iniciativas próprias de imunização. Mas esse seria o pior cenário. Queremos insistir que o Ministério da Saúde conduza a aquisição e distribuição”.

De acordo com o subsecretário de Saúde, Luiz Carlos Reblin, o Espírito Santo já adquiriu os insumos necessários para imunizar a população e elaborou um Plano Estadual de Vacinação em conjunto com os municípios. Também estão sendo feitas conversas com fabricantes de vacina para conhecer detalhes da fabricação, mas garante: “continuamos com a diretriz que a responsabilidade de aquisição e distribuição é do Ministério da Saúde”, sendo o diálogo uma alternativa para um plano B, caso haja impedimento por parte do Governo Federal, como destacou.

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