Outubro começa com greve dos enfermeiros da rede privada de saúde a partir desta terça-feira (4). A decisão, unânime, foi tomada em assembleia realizada na noite desta sexta-feira (30). A categoria está em negociação sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e não aceita a proposta do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Espírito Santo (Sindhes). O Sindicato dos Enfermeiros do Espírito Santo (Sindienfermeiros) afirma que os serviços de urgência serão mantidos.
Entretanto, explica a presidente do Sindienfermeiros, Valeska Fernandes, “não necessariamente um Pronto Socorro todo não vai parar”. “Tem coisa em um Pronto Socorro que não é urgência e emergência. Dentro da urgência e emergência vai fazer o que? Vai fazer o procedimento necessário para salvar uma vida. Ponto. Todo o resto não precisa fazer porque está em greve”, diz. O movimento grevista será marcado também por atos nos equipamentos de saúde.
O sindicato pede apoio da sociedade para a mobilização. “Antes, por causa da pandemia, a gente era herói. Depois, com a queda do piso, viramos palhaços. Agora o patronal quer nos escravizar. Queremos que a sociedade sempre lembre de quem está a beira do leito do hospital, de quem tira sua dor, segura sua mão, além de fazer o medicamento, curativo, tratar de você, cuidar de você”, diz.
Durante as negociações da CCT, o Sindhes afirmou que se o Supremo Tribunal Federal (STF) não julgar o piso inconstitucional, irá retirar direitos já conquistados pelos trabalhadores, como plano de saúde, auxílio creche e seguro de vida, o que é questionado por eles. Além disso, explica Valeska, a carga horária máxima da Enfermagem é de 44h semanais e os patrões querem pagar o piso somente para quem cumpre essa carga horária.
Além disso, quem cumprir uma carga horária menor, receberá um valor proporcional. Entretanto, no entendimento do sindicato que representa a categoria, piso é o mínimo que se deve pagar ao trabalhador, não podendo haver remuneração de valor inferior. A presidente do Sindienfermeiros explica ainda que, para os trabalhadores que têm carga horária mensal de 220h, o Sindhes quer estipular uma escala de 12 x 36, ou seja, trabalhar um dia e folgar dois. Atualmente, a escala é de 12 x 60, assim, o enfermeiro trabalha um dia e folga dois.