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Equipamentos de laboratório do Hospital de São José do Calçado não funcionam

Em julho de 2018, o Sindicato dos Servidores da Saúde do Estado (Sindsaúde-ES) denunciou a falta de realização de exames no laboratório de Análises Clínicas do Hospital Estadual de São José do Calçado, localizado na região do Caparaó, por conta de equipamentos com defeitos. Depois de quase seis meses, a situação ainda continua a mesma.

“A Secretaria de Estado da Saúde [Sesa] não nos respondeu. Com equipamentos sucateados, é necessário que uma série de exames sejam feitos em laboratórios terceirizados, o que gera gastos desnecessários e demora na obtenção de resultados, já que, por contrato, a coleta de materiais fica restrita a determinados horários. Hemograma, contagem de plaquetas, dosagem de glicose, dosagem de CK, CPK e de CK MB [para quando há suspeita de infarto do miocárdio] entre outros mais de 30 tipos de exames poderiam ser realizados utilizando a estrutura do próprio hospital, caso a manutenção dos equipamentos estivessem sendo periódica”, disse Rita de Cássia Olímpio Martins, coordenadora da Regional Sul do Sindsaúde-ES.

A liderança sindical explica que o contrato com o laboratório é para atendimento 24 horas. “A retirada de material acontece ao meio-dia, às 16h e, em caso de urgência, após às 18h, caso seja solicitado. Mas o ponto que destacamos é relacionado à estrutura própria do hospital. Por que deixaram os equipamentos sem manutenção? É a velha política de sucatear para apresentar a terceirização como solução do problema?”, questiona Rita.

Infraestrutura precária

O Hospital São José do Calçado também continua com infraestrutura precária, o que vem sendo denunciado há anos pelos trabalhadores da saúde pública. Há sucateamento em vários setores, que necessitam de manutenção urgente. Não há rampa de acesso ao Centro Cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Maternidade, Berçário e Clínica Cirúrgica, por exemplo. Quando o elevador não funciona, servidores precisam descer ou subir escadas com pacientes graves e até em óbito nos braços. 

O gás de cozinha é armazenado junto à tubulação de energia elétrica e em local com grande fluxo de usuários. A unidade conta ainda com mobília sucateada para repouso dos pacientes e para acomodar os acompanhantes.

“Apesar de a reforma constar no plano de trabalho da Sesa, isso não foi colocado em prática. Não foi feita nenhuma reforma ou melhoria no prédio, nem no telhado. A situação só piora, com o passar do tempo”, explicou Rita, que completa: “o banco de sangue continua interditado há mais de um ano. Ainda é necessário buscar sangue em Cachoeiro de Itapemirim”.

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